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Como nasceram as expressões 73, CQ, DX e SOS
(A reprodução do texto abaixo está autorizada desde que a autoria seja preservada e mencionada - Direitos reservados - PY4SM - PY2DD )

Em nossa página, temos procurado sempre, esclarecer e informar aos colegas radioamadores sobre os mais importantes assuntos que interessam diretamente a todos aqueles que praticam esse hobby mundialmente conhecido. Em nossa seção  "A história do Rádio" informamos sobre o início das rádio comunicações..., "Em 1.896, as "comunicações sem fio" tiveram o seu início. Foi neste ano que Marconi, pela primeira vez, enviou um "sinal qualquer" a uma distância de 2 milhas. Em 1.899, ele teve sucesso enviando uma mensagem por "comunicação sem fio" através do Canal da Mancha, numa distância de 32 milhas. No mês de Dezembro de 1.901, Marconi fez a primeira "comunicação sem fio" atravessando o Oceano Atlântico"..., em seção dedicada ao CW abordamos amplamente a comunicação através do telégrafo.

Existem algumas versões sobre o surgimento da expressão “73” no mundo da telegrafia mundial e nossas pesquisas nos mostraram que a utilização do "73" vem desde o inicio das comunicações através do telegrafo com fio (terrestre). Logo nas primeiras edições dos códigos numéricos que tem significados diferentes, seu uso foi amplamente divulgado entre os telegrafistas, porém não existem dados que demonstrem a utilização de todos estes códigos.

Ao surgimento do “73”, como sinal de cumprimentos em mensagens telegráficas, atribui-se a um jantar oferecido a ANDREW CARNEGIE, em comemoração ao seu aniversário de 73 anos de vida, pela ORDEM DOS TELEGRAFISTAS MILITARES em 27 de novembro de 1908. Porém investigações feitas revelam que muito antes já era usado o referido código numérico.

Segundo o “TELEGRAPH AND TELEPHONE AGE”, de 1º de junho de 1934, na publicação do “The National Telegraph Review and Operators' Guide”, em Abril de 1857 encontramos a primeira referencia de utilização da expressão “73” que nesta época foi utilizada com o significado "Com Amor, para ti!". Nas publicações seguintes do “The National Telegraph Review and Operators' Guide” a utilização do “73” continuou a ser bastante usada e com o mesmo significado.

A verdade é que alguns dos códigos numéricos usados na época continuam a ser utilizados com a mesma definição até hoje, porém o uso do “73” teve seu significado modificado. Na “National Telegraph Convention”, o código passou a ser utilizado como um sinal fraternal entre os operadores.

No ano de 1859, a “Western Union Company” adotou e divulgou o standard "92 Code" que contem uma lista de códigos numéricos de 1 a 92 e que indica uma série de frases previamente preparadas para serem usadas pelos operadores. O standard 92 oficializa o “73” como um sinal fraternal com significado de “aceite meus cumprimentos” e que imediatamente foi adotado pelos operadores.  Grande parte desses códigos foi logo sendo abandonada, mas alguns continuaram a ser utilizados até hoje, como por exemplo:

Código numérico 4 que significa: “De onde quer que eu prossiga?”;

Código numérico 9 que significa: “linha”, isto é: O Chefe está no aparelho, portanto todas as comunicações devem ser interrompidas;

Código numérico 13 que significa: “Não compreendo”;

Código numérico 30 que significa: “Fim”;

Código numérico 73 que significa: “Meus cumprimentos”;

Código numérico 92 que significa: “Entregue”.

Entre 1859 e 1900, vários manuais de telegrafia mostravam pequenas variações deste significado;

“The Telegraph Instructor” de Dodge City, apresentava o significado do "73" como simplesmente "cumprimentos";

“The Twentieth Century Manual of Railway and Commercial Telegraphy” apresentava-o com dois significados, um como “receba os meus cumprimentos”; porém em seu glossário de abreviações constava como “cumprimentos”;

O “Telegraphy Self-Taught” de Theodore A. Edison mostrava como sendo "aceite os meus cumprimentos".

No ano de 1908, uma edição do manual de Dodge, trouxe a definição de "melhores cumprimentos" ou “melhores saudações”. Definitivamente "Melhores cumprimentos" permaneceu como sendo o significado do “73” e, nos dias de hoje, os operadores de telegrafia com ou sem fio e também os Radioamadores utilizam-no como uma saudação amiga sendo também usado como “um forte abraço”.

 "A telegrafia, conforme diz o nosso colega José Geraldo de Pádua-PY2JGP, é a arte de transmitir mensagens codificadas através de um aparelho específico chamado telégrafo. Os sons diferenciados produzidos ao manipularmos o telégrafo são capazes de oferecer um perfeito entendimento ao ouvido humano. O sistema é representado por sinais de convenção internacional...

É bastante facil de entender, mesmo para aqueles que não conhecem as técnicas de comunicação em Código Morse (telegrafia). Transmitir letras através de combinações de pontos e traços com a nossa mão usando um aparelho igual a este na foto ao lado, pode parecer um dos mais demorados meios para se enviar uma mensagem. Mas existem muitas vantagens que fazem desta técnica, ainda hoje, o mais fantástico meio de comunicação para se ultrapassar difíceis condições de comunicação, mesmo nos momentos em que os mais complexos e modernos meios de comunicação disponíveis não conseguem, principalmente quando há pouquíssimas possibilidades de contato entre duas ou mais estações.
Diversas são as razões e mesmo que em alguns Países as suas legislações não exijam esta modalidade de transmissão para se obter uma licença para o serviço de radioamador, a telegrafia continua a sendo usada por um enorme número de serviços para enviar e receber mensagens. De qualquer forma, como uma herança dos tempos em que comunicar "sem fios" só era possível por telegrafia, hoje, a nossa moderna telefonia está repleta de expressões que para nós, às vezes, não fazem muito sentido.

Ao imaginarmos que no cerne das codificações encontra-se a grande necessidade de simplificar/encurtar as palavras (ou frases inteiras) e transformá-las em poucas letras com o único objetivo de tornar a telegrafia através do código Morse, de fato uma comunicação menos demorada, pesada e mais útil nos casos de emergência, ( quando é realmente necessário velocidade ) ou ainda nas constantes repetições de uma mesma expressão, começamos a tomar consciência de que por trás de certas expressões que hoje utilizamos na telefonia, há sempre uma explicação, embora às vezes incompreensíveis a luz dos conceitos mais modernos.

Há alguns dias, eu estava ouvindo uma de nossas bandas e esta se apresentava aparentemente sem condições para comunicados de longa distância. Como faço habitualmente (principalmente nessas condições), num ato de puro “desafio” lá estava eu chamando aos quatro cantos do mundo usando o habitual « CQ, CQ, CQ, DX ». Quanto à expressão DX eu já havia aprendido há algum tempo que vinha da idéia de “Distância X”, ou distância desconhecida, mas as letras C e Q ainda me deixavam no desconforto de não saber qual a sua real origem.

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Porquê  CQ ?  Talvez fosse algo como a justificativa dada para o SOS... Certa vez, contaram-me que esta expressão de pedido de auxílio nascera precisamente no tempo das comunicações por telegrafia, quando o operador de rádio de uma embarcação que se afundava rapidamente, transmitira em desespero final a frase "Save our souls" – salvem as nossas almas, ( ou melhor - que as nossas almas sejam salvas ).

Principalmente no caso do CQ temos que aprofundar-nos numa viagem pelo tempo e não esquecer o idioma inglês como a origem de muitas destas situações, digamos, telegráficas. Foi após uma longa investigação que consegui decodificar o enigma destas duas letras: CQ. Na verdade o termo CQ é uma daquelas expressões em que o significado não esta propriamente ligado à evidência, como o "SOS",  mas deriva de um acrônimo (meio que escondido) para a expressão "seek you", ( à sua procura ). Na realidade não se trata de uma simples sigla ou acrônimo, ( se assim fosse teríamos algo como SY ), mas uma interessantíssima idéia de reproduzir a sonoridade de letras ou números pois, lendo-se em inglês, CQ soa exatamente como “seek you”, ou seja, algo como « si quiú  » foneticamente em nosso idioma português. Só não chegamos antes à solução deste quase enigma, por causa das variadas e interessantes formas que a expressão CQ ganha na riqueza das pronúncias dos diversos idiomas que podemos escutar por esse mundo afora, por exemplo: significa Cherche Quelqu’un – literalmente do francês para “procurando alguém”. Podemos concluir que o significado para CQ  é:  "quem consegue escutar-me a qualquer distância?"   ou   "alguém está escutando?" ( neste caso, sem importar a distância em que se encontra (distante ou próximo), poderemos responder ao chamado). Em português o mais comum é dizer-se "chamado geral, chamado geral, chamado geral", contudo em alguns idiomas os colegas traduzem as letras CQ para o seu modo de as pronunciar e por isso, ouve-se de tudo.

Ao tratar deste assunto, veio-me á lembrança o caso do também acrônimo (meio que escondido), numa mirabolante idéia de também reproduzir a sonoridade de letras para KA7, o cassete em nosso idioma.

Na prática, nas faixas de ondas curtas ( HF ) nota-se uma ligeira sutileza, pois quem chama apenas  CQ  está fazendo um apelo a qualquer estação ao seu alcance, isto é, está fazendo um  "chamado geral simples".

Já aquele que faz o chamado  CQ  seguido de DX, está chamando estações de longa distância, (sobretudo fora do seu País ou até fora de seu Continente), o que muitas vezes provoca alguma frustração quando se responde a uma estação rara, de um ponto  "demasiado próximo"  e nos dizem do outro lado:

 - desculpe-me, mas estou interessado somente em falar para fora do Pais,   ou

 - só quero contatar estações na região do Pacífico, etc.


No Radioamadorismo, chamamos de DX, a atividade de fazer um contato com outra estação que se localiza a grande distância, para a troca de informações como coordenadas, clima, intensidade dos sinais recebidos, equipamentos que se usa para transmitir e receber, etc. e posterior troca de cartões QSL (cartão que confirma o contato). Os radioamadores tem o habito de colecionar estes cartôes e assim coloca-los em seu acervo, procurando conseguir o maior numero possivel de contatos no mundo todo. Hoje em dia existem, em torno de 338 locais no mundo onde é possivel fazer contatos.  A expressão DX é um termo derivado da sigla em inglês DX, onde a letra "D" significa "distância" e a letra "X" significa "incógnito"(em analogia à letra X usada na Matemática em expressões algébricas). Este termo pode ser interpretado como "escutar estações de rádio localizadas a uma distância desconhecida" ou comunicar-se com estações que estejam a grande distancia. Quando se usa a expressão CQ DX, significa dizer que desejamos nos comunicar com estações distantes e dificeis de se contatar com facilidade.

Para os praticantes da radioescuta, ou seja, aqueles que gostam de varrer as faixas de radioamadorismo à procura de estações que por vezes possuem um sinal fraco e porisso se torna difícil a sua escuta. Muitas destas estações não se interessam em transmitir para audiências distantes, transmitindo em baixa potência e que usam as ondas curtas para atingir os ouvintes de regiões específicas e mais próximas. A pratica de ouvir o rádio nasceu junto com as primeiras estações de rádio, no inicio do seculo passado. Acredite, hoje em dia, ouvir rádio é uma pratica muito conhecida e difundida em todas as partes do mundo, inclusive no Brasil. 

A expressão SOS apareceu verdadeiramente, sem dúvida, como o sinal internacional de pedido de socorro mais conhecido em todo o Mundo, conforme revelou o comandante francês Chaupour através do "Le Moniteur de la Flotte e Le Journal du Matelot (réunis)", de 7 de Março de 1925. Veja a seguir alguns parágrafos importantes do seu artigo:  ...Antes da aparição da TSF (telegrafia sem fio) nas transações comerciais, utilizavam-se já, desde há muito, as comunicações telegráficas através dos mares por cabos submarinos, sistema que havia atingido um alto grau de aperfeiçoamento. Existiam convenções internacionais muito claras sobre a matéria e empregava-se uma série de sinais compostos de duas letras, uma das quais era sempre o "Q", letra pouco usada na linguagem corrente. Entre esses sinais, os operadores serviam-se do CQ para alertar aos operadores das estações ao longo da linha de que deviam dar atenção à mensagem que iam passar. A maior parte das convenções existentes foi adotada pela nova companhia Marconi, quando esta começou as suas operações por mar, em 1902. A chamada CQ adapta-se particularmente bem à TSF (que espalha as suas ondas em todas as direções) e cada navio devia acusar a recepção e repeti-la, tal como se fazia no sistema por cabo. À medida que a TSF se desenvolvia no mar, deu-se conta que o CQ já não era adequado, resultando a regra geral seguinte conhecida pelo nome de "Circular no.57", editada pela Marconi em 7 de Janeiro de 1904: "Chegou ao nosso conhecimento que a chamada CQ, satisfazendo casos vulgares, não exprimia suficientemente o caráter de urgência indispensável a um sinal de perigo. Por isso, a partir de 1 de Fevereiro de 1904, o sinal a ser usado pelos navios pedindo assistência será CQD, o qual não deve ser emitido senão por ordem do comandante do navio em perigo, ou por outros navios ou postos retransmitindo o sinal desse navio. Todos os postos receptores devem estar compenetrados do caráter importante e urgente dessa chamada e fazer tudo para a passa-la o mais rapidamente possível. O seu emprego injustificado implica graves sanções contra o prevaricador...". Nos arquivos da Empresa Marconi pode ser encontrado o texto original dessa Ordem Geral. No mês de Julho de 1908 a sigla CQD foi substituída por SOS numa decisão da Convenção Radiotelegráfica Internacional que visava, sobretudo, simplificar a combinação de pontos e traços para facilitar e dar maior velocidade ao pedido de socorro. Em telegrafia, o SOS é representado pelos seguintes sinais: três pontos três traços três pontos (...---...)

O  QUE  É  UM  DX

A Radiocomunicação desde os seus primórdios, lançou como desafio principal, o gradual aumento das distâncias das comunicações, tanto na área do radioamadorismo, como na área da atividade profissional, sempre objetivando alcançar maiores distâncias com o máximo de racionalidade econômica possível.

Pode-se dizer de forma genérica, que "DX", em radioamadorismo, é a procura constante, na comunicação a larga distância, compondo com outros países ou pontos mais longínquos e que apresentem maior dificuldade na realização do contato.

Para que houvesse um parâmetro de organização para a busca desses contatos a larga distância, convencionou-se internacionalmente uma lista de países, publicada pela ARRL-American Radio Relay League, como sendo um parâmetro formal de localidades que, para os efeitos de "DX", seriam considerados como países.

Esta lista é constantemente adequada às mutações de ordem técnica, política e social, de tal forma que sempre se tem esta listagem atualizada, de países válidos para efeitos de "DX".

Desta forma, de tempos em tempos, são retirados e acrescidos da listagem oficial, novos países, como também acréscimos e retiradas de códigos de prefixos dos vários países listados.

O  QUE  É  UM  "DX-MAN"

Em termos radioamadorísticos internacionais, "DX-MAN" (operador de DX) é aquele radioamador que dentre as diversas operações radioamadorísticas, tais como: rodadas, bate-papos casuais, operação VHF, UHF rastreio de satélite, utilidades, contestes nacionais e internacionais, procura com enfase especial, constantemente aumentar seu escore de contatos a larga distância.

  

Logicamente convencionou-se também, internacionalmente, a existência de um patamar para a definição do DX-man. Este patamar, embora não totalmente aceito pela classe radioamadorística internacional, se caracteriza como o "DX-CC". "DX-CC" é um certificado comprobatório, atestando que o radioamador requisitante trabalhou e recebeu confirmação de, no mínimo, 100 países em todo o mundo. É virtude da operação de "DX" ser, em realidade, uma competição e por natureza, toda competição deve ser um pressuposto desafio de melhoria de performance, pode-se dizer que a operação "DX" é uma competição que não tem final, pois constantemente criam-se novos países para efeitos de DXCC, criam-se novas complexidades nos diversos certificados de tal forma que o "DX-MAN" deve estar sempre superando a sua própria marca anterior.

  

CONTATOS DE DX

  

Embora possa manter uma conversação mais longa num contato de "DX", via de regra, quanto mais rara for a localidade em conexão, mais rápido deve ser o QSO, chegando mesmo, em casos de "figurinhas raras" a se trocar somente a reportagem de sinais.

 

EXPEDIÇÕES  DE  DX

 

As expedições de "DX" são viagens organizadas, via de regra, por excelentes operadores de "DX" a localidades raras e por períodos curtos. Estas expedições são por demais solicitadas por toda a população radioamadorística mundial, requerendo portanto muita habilidade e paciência para trabalhá-las, pois os períodos de operação são normalmente muito curtos, às vezes apenas 48 horas, o que torna o trabalho de operá-las um jogo de xadrez.

  

A ARRL mantém regras bastante rígidas com relação a aceitação da expedição como válida para efeito de novo País, sendo que os parâmetros principais para esse juízo se caracterizam pela autorização certificada pelo poder competente daquele País para utilização de prefixo na expedição e a localização geográfica exata da localidade dentro dos parâmetros mínimos de distância estabelecidos pela ARRL.

 

A TÍTULO DE CURIOSIDADE E ANALISANDO A LISTA OFICIAL DA ARRL, PODEMOS NOTAR QUE NO BRASIL PODEM SER COMPUTADOS 4 PAÍSES: BRASIL, ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA, ILHA DE TRINDADE E ILHAS SÃO PEDRO E SÃO PAULO.

 

CONTESTES/CONCURSOS  INTERNACIONAIS

O mundo radioamadorístico internacional, com a finalidade de promoção do radioamadorismo a nível de competição, instituiu vários "contestes internacionais" os quais nos últimos anos, têm recebido um afluxo cada vez maior e uma aceitação cada vez mais impressionante pelos radioamadores do mundo todo.

  

Os contestes internacionais são competições de quase sempre 48 horas, onde os parâmetros de pontuação e de escore, são conseqüência do maior número possível de QSO’s , com maior número de multiplicadores (países ou zonas), em determinadas condições especiais. Os principais contestes internacionais da atualidade são: Word Wide DX Contest e WPX Contest, promovidos pela revista CQ-Magazine : WAEDC, promovido pela Alemanha: ARRL Contest, promovido pela American Radio Relay Leage: 40 meters Word SSB Championship, promovida pela revista 73, dos Estados Unidos: Scandinavian Contest, promovido pela Suécia, UIT promovido pelo Brasil.

 

INSTRUMENTOS AUXILIARES A OPERAÇÃO DX

   

O "DX-man" para melhorar gradualmente seu escore, obrigatoriamente tem que se utilizar de vários instrumentos que passam a ser condição sine Qua non para uma boa operação técnica de "DX".

Dentre os principais instrumentos podemos citar:

·        um bom equipamento, com ênfase na seletividade em recepção e que tenha condições de operar SPLIT;

.        principalmente, um ótimo sistema irradiante.

·        ser assinante de pelo menos um boletim informativo de "DX".

·        dispor de mapa orientativo de direcionamento de antena para as diversas regiões e zonas do mundo, para comunicação via lado curto e via lado longo;

·       manter um arquivo bem organizado dos países trabalhados, QSL´s enviados e recebidos, para se ter sempre à mão imediatamente a informação se a estação no momento ouvida lhe falta ou não.

·        dispor, se possível, de gráficos demonstrativos das condições de propagação via caminho curto e via caminho longo, para o mundo inteiro;

·        dispor da publicação da Marinha Brasileira, MUF, que se constitui de mapas gráficos com as determinantes de máxima freqüência utilizável para as várias horas GMT do dia;

·        dispor de informações sobre a realização dos principais contestes internacionais e participar dos mesmos, ao menos como escuta, pois geralmente algumas expedições e figurinhas raras aparecem nestes eventos;

·        dispor de informações de NET de DX regulares em todo o mundo;

·        freqüentar rodas de DX, para colher informações de expedições ou países raros;

·        ser bom pagador de QSL’s para poder ser bom recebedor de QSL’s, adotando a prática para países raros ou expedições, de enviar o seu QSL acompanhado de cupons résponse e envelope subscritado para devolução do QSL do DX trabalhado, via aérea;

·        afora todos os instrumentos acima, a paciência, perseverança e escuta são, sem dúvida alguma, os principais instrumentos para uma operação de DX.

 

CONDIÇÕES  DE  PROPAGAÇÃO

É extremamente importante para o DX-man conhecer, a certo nível de detalhes, os diversos fatores que influem diretamente nas condições de propagação das várias bandas de radioamadorismo.

As comunicações de HF, como todos sabem, se fazem, para distâncias maiores, através de reflexão das ondas de radiocomunicação na ionosfera. Este fenômeno de reflexão na ionosfera permite contatos com uma reflexão ou mais e, logicamente, quanto maior o número de reflexões, maior é a perda por absorção no ato de reflexão, quer na ionosfera, quer na camada terrestre.

 

Este fenômeno determina as seguintes afirmações:

·        quanto mais alta for a camada de ionosfera, maior distância pode ser alcançada em cada uma das reflexões;

·        a distância entre a camada ionizada e a terrestre caria entre 110 e 330 km;

·        quanto menor for o ângulo de irradiação do sistema irradiante, mais largas distâncias poderão ser alcançadas no mesmo número de reflexões;

·        quanto maior for o teor de ionização, teremos menor absorção da reflexão;

·        as manchas solares influem diretamente na ionização das camadas de reflexão;

·        maior ionização coincide com o pico de manchas solares;

·        um ciclo dos efeitos solares refere-se a um período de 10 a 11 anos;

·        os fenômenos de ionização da atmosfera, em conseqüência das manchas solares, determinam os vários momentos para as várias posições geográficas, as máximas freqüências utilizáveis (MFU);

·        contatos em freqüências superiores a MFU teoricamente são impossíveis;

·        quanto menor forem os efeitos das manchas solares na ionização, menor será a máxima freqüência de utilização;

·        em vista deste fenômeno, a propagação nas baixas freqüências (3,5 e 7 Mhz (80 e 40 mts) melhora consideravelmente nos períodos de pouca atividade solar;

·        as freqüências ideais de operação de radiocomunicação em radioamadorismo a larga distância se situam na faixa de 15% abaixo da máxima freqüência utilizável (OWF);

  

Outro instrumento tremendamente importante em comunicações de DX é uma visualização imediata das zonas escuras e claras de todo o globo terrestre, determinando, desta forma, e com base no MUF, as formas ideais de se contatar com determinada estação. Por tudo isso, recomenda-se a você, radioamador:

·        que seu microfone seja o veículo de sua palavra e de seu pensamento;

·        que suas palavras estão sendo ouvidas no Brasil e no exterior;

·        que, do que disser, dependerá o conceito que cada ouvinte fará do radioamadorismo brasileiro;

·        que não pode fugir à boa ética de uma terminologia que não venha ferir com expressões menos elegantes e palavras de sentido equivocado, a susceptibilidade dos que escutam;

·        que, se suas palavras não forem medidas e pesadas, poderão elas condicionar uma idéia errônea de todos os radioamadores de uma região ou país;

·        que, se uma medida ou atitude dos órgãos não o agradar, se um erro ou falha administrativa causar dissabores, não extravase os sentimentos na faixa, faça-o por escrito ao órgão responsável;

·        que as críticas que fizer pelo microfone, nada constróem, ao contrário, despoetizando a instituição, farão a mesma perder a consideração pública, além do péssimo exemplo de indisciplina dado a quantos o escutam;

·        que não deve confundir liberdade democrática com licenciosidade;

·        que nunca deve enfileirar-se com aqueles que, por motivos inconfessáveis, procuram tudo denegrir, aviltar e confundir, numa demonstração entristecedora da falta de patriotismo e de brasilidade;

·        que deve ter sempre presente os termos em que lhe foi concedido o privilégio de possuir um transmissor, privilégio que nem todos os países concedem aos seus cidadãos;

·        que a disciplina do radioamador deve ser observada em toda a sua plenitude, pois o radioamador é cavalheiro, leal, progressista, cordial, solidário e patriota;

·        que o radioamador nunca deve reclamar um canal exclusivo, aceitando com humildade e cavalheirismo as eventuais interferências;

·        que o radioamador nunca deve sintonizar o transmissor na freqüência ocupada, aí talvez esteja em curso um comunicado importante;

·        que, tanto quanto possível, nas operações de CW, não deve o radioamador se afastar das faixas reservadas exclusivamente a esse fim;

·        que não deve deixar o colega, com quem você se comunicou pela primeira vez, esperando indefinidamente a confirmação do "QSO".  A troca de QSL é uma regra social;

·        que o indicativo de chamada é a sua característica pessoal e por isso não deve ser omitido nos QSO’s, devendo ser declinado por completo, SEMPRE;

·        que, em todos os comunicados que realizar, deve mostrar-se amistoso, interessado e compreensivo; a maneira de fazer as coisas é tão importante quanto as coisas que devem ser feitas;

·        que deve ajudar os menos experimentados; o radioamadorismo é uma escola na mais ampla expressão do termo;

·        que deve fazer do radioamadorismo uma diversão sadia, social e instrutiva, pois os radioamadores sintonizam o mesmo objetivo e sincronizam os mesmos ideais de paz, harmonia e progresso.

Diz o ditado que "da discussão nasce a luz" ou que "na discussão é que se conhece a Educação... Ou a falta dela". Se trouxermos para o nosso meio poderemos dizer que é durante os DX, Concursos, DXpedition´s  e etc.,  que conhecemos a ÉTICA e a EDUCAÇÃO dos radioamadores participantes.

Conta a Revista Eletrônica Popular que um experiente colega nosso, fulgurante estrela de DX, campeão de concursos internacionais recentemente "tentou" participar de um concurso Brasileiro. Esse nosso colega que em concursos internacionais consegue no prazo de uma semana 5.000 contactos não conseguiu sequer 10 QSO´s no período de 5 horas... Um absurdo pois ficou submetido a verdadeiro massacre! O resultado é que jurou nunca mais participar de nenhum concurso nacional. NUNCA MAIS!...

É muito natural que os participantes de concursos desejem obter bons resultados, grande desempenho, mas isto NUNCA deverá ser motivo para AGRESSÕES à Ética e aos bons costumes.

Na expectativa de podermos colaborar com o sucesso de cada um é que preparamos esse artigo onde procuraremos comentar alguns tópicos que julgamos interessantes e úteis para todos:

  Jamais "bicorar" em uma simples passagem de câmbio, chamando um dos competidores antes de estar encerrado o QSO ou mesmo depois   de concluída a troca de mensagens. Aguarde uma nova chamada!

   Se a freqüência "pertence" ao outro colega, devemos liberá-la imediatamente após marcar o "pontinho", fazendo um QSY.

  Ao fazer QSY devemos evitar as proximidades da freqüência do colega a fim de não prejudicá-lo em seus QSO´s.

  Evitar  operação  com elevada potência na tentativa de "cobrir" os outros e ser escutado, use mais potência somente quando for realmente necessário.

  Antes de chamar um DX, CQ-CONCURSO (CQ-TEST), CORUJE   atentamente a freqüência escolhida. Às vezes a freqüência já está ocupada por uma estação cujos sinais são recebidos com certa dificuldade por ser de local distante ou por estar operando em modo QRP.

  Caso ouça uma "figurinha" em final de QSO, antes de chamá-la OBSERVE de quem é a prioridade na freqüência; se for de outro colega, aguarde a sua vez.

  Defenda-se  dos "agressores" sem ferir a ética: se algum colega chamá-lo  fora  destas  normas, simplesmente faça de contas que não ouviu...

IMPORTANTE: Muitos participantes de concursos registram em uma  "lista  negra" esses agressores e simplesmente deixam de ter recepção para eles. Às vezes um simples QRL é suficiente para deixar o agressor no cabide.

Alguns outros mínimos conhecimentos e cuidados são necessários para possibilitar o sucesso em nossos DX's. A seguir, procuramos mostrá-los de forma simples e ao alcance de qualquer principiante: 

  Existirem razoáveis condições de propagação para longa distância;

  Conhecer inteiramente o código fonético, pelo menos o internacional;

  Ter conhecimento, pelo menos, das principais expressões utilizadas no idioma inglês;

  É imprescindivel conhecer o sistema RST e reportar corretamente os sinais recebidos;

  Observar o momento e o modo correto de passar e receber a palavra;

  Observar sempre o registro dos contatos usando a hora UTC ou ZULU (hora de Brasília + 3 horas);

  Manter, sempre à mão, a lista mundial de prefixos (para saber qual país está sendo contatado). Clique aqui para ver lista atualizada dos prefixos  mundiais;

  Enviar sempre o cartão QSL;

  No caso de concurso ou diploma, conhecer o seu regulamento, preenchendo o respectivo LOG;

 
  Há duas maneiras de se iniciar um comunicado DX:  chamando geral DX (CQ DX, CQ DX, CQ DX) ou respondendo/contestando a um chamado geral DX.;

  É perfeitamente possível manter DX com vários países usando apenas o idioma Português. Entre os países da América do Sul, América Central e Caribe, com exceção do Brasil, a grande maioria dos países fala o idioma Espanhol. No continente Europeu, além de Portugal, teremos alguma facilidade com os radioamadores da Espanha e inúmeros portugueses espalhados por todo o continente, principalmente na França e Bélgica. Já no continente Africano há alguns países de idioma Português, tais como: Angola, Açores, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Madeira. Existem ainda os paises de idioma Espanhol, tais como: Balearic , Ilhas Canárias, Ceuta e Melillia. No continente Asiático podemos enumerar o Macau e, na Oceania, o Timor Leste;

  As condições de propagação para longa distância, ocorrem de acordo com a banda a ser utilizada. Nos 160, 80 e 40 metros ela, normalmente,  acontece durante a noite. Nas outras bandas de HF ( 30, 20, 17, 15, 12 e 10 metros ) ela poderá variar durante todo o dia (vinte e quatro horas), tanto em direção quanto em intensidade.

Acreditamos que seguidas essas simples regrinhas as participações em DX, Concursos Nacionais ou Internacionais, em Diplomas, QSL´S Especiais e etc., dentro em breve estarão disciplinadas e não acontecerá na desistência de vários colegas antes mesmo do início destes eventos!  

(A reprodução do texto acima está autorizada desde que a autoria seja preservada e mencionada)
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