A
reprodução deste texto está autorizada desde que a autoria seja preservada e
mencionada
Você está prestes a ler a história do transistor e, portanto do
desenvolvimento da tecnologia dos computadores, rádios de comunicação
(transmissores e receptores), televisão, celulares e outras invenções
modernas. Circulam
pela Internet as repercussões de uma história que, se confirmada, irá mudar
radicalmente nossa forma de encarar toda a parafernália eletrônica que nos
cerca. O transistor, invenção
que revolucionou o mundo moderno e que é a base dos circuitos eletrônicos da
atualidade, teria sido desenvolvido a partir de tecnologia alienígena
utilizando-se a engenharia reversa. É um
tema fascinante, mas que para ser aceito como verdade, precisará vencer a
poderosa barreira de silêncio que cerca o caso Roswell
há mais de meio século. Para quem não conhece o caso: um objeto voador não
identificado caiu perto da cidade americana de Roswell,
no Estado do Novo México, em julho de 1947, numa região conhecida como
Planícies de San Augustin. Na ocasião, o pessoal de
relações públicas da Força Aérea americana deu com a língua nos dentes e
informaram tratar-se de um artefato extraterrestre tripulado. É claro que logo depois as autoridades negaram o fato, mas aí o circo já
estava armado.
Começava
a tomar corpo o famoso "Incidente Roswell".
Juntaram-se provas, contraprovas, acusações e desmentidos durante esse tempo
todo. O hardware alienígena teria sido cuidadosamente estudado por cientistas
americanos e pelo menos um tripulante da nave teria sido localizado, com sua
necropsia filmada. Chegaram até a exibir o tal filme na TV recentemente! Em 1997,
após 50 anos do acidente, a Força Aérea apareceu com a declaração
oficial de que o objeto de Roswell era um balão que
fazia parte de um projeto secreto na época. De acordo com a Usaf
(United States Air Force),
o tal projeto sigiloso chamava-se Mogul, e a
engenhoca teria sido confundida com um disco voador pelos experimentados
oficiais do 509º Grupo de Bombardeio de Roswell, que
naquele tempo era o único grupo de bombardeio atômico dos EUA.
A
conversa não colou! Muito pelo contrário, pois os pesquisadores civis independentes
trabalhando no caso, que já estavam cheios de certezas, depoimentos e
material de apoio, ficaram ainda mais agitados. Para alegria desses
indômitos buscadores, o militar que comandou as operações de despacho dos
destroços do veículo extraterrestre acidentado para centros de pesquisa
civis e militares resolveu escrever um livro: "O dia seguinte a Roswell". Este
oficial é o tenente-coronel Philip J. Corso, que afirma que a tecnologia
alienígena foi pesquisada a fundo e teve como consequência diversas
descobertas que mais tarde seriam indevidamente atribuídas a cientistas
terrestres. Segundo Corso, os destroços teriam sido enviados para laboratórios
de renome, como os da AT&T e da Motorola. Estas empresas, naturalmente,
negam tudo. Todavia, o oficial que abriu o verbo é respeitadíssimo no meio
militar. O livro de Corso merece atenção, a julgar pelo notável currículo desse
oficial do Exército americano, com 21 anos de carreira
e
reformado em 1963 - 19 condecorações militares - membro do Conselho de
Segurança Nacional - oficial da Inteligência de MacArthur
na Coréia além de ter ocupado outros cargos de destaque. Diversos dispositivos eletronicos e de propulsão, avançadíssimos, encontrados no disco voador teriam sido encaminhados aos "Laboratórios Bell", na época funcionando em Murray Hill, New Jersey. Dentre estes equipamentos haviam máquinas nucleares, artefatos de comunicação e até sistemas de computação. Os componentes foram estudados, analisados e testados detalhadamente e, dentre eles, uma das peças aparentou possuir potencial assombroso - era um estranho interruptor alienígena composto de um material contendo os elementos químicos silício e arsênico, dispostos numa matriz microscópica muito mais complicada do que qualquer outro material produzido artificialmente até então. Esta peça funcionava ao mesmo tempo como um interruptor de alta velocidade e um amplificador. Decidiram chamá-lo "resistor de transferência" (TRANsfer reSISTOR).
Fontes científicas e acadêmicos consultados ressaltam que até setembro de 1947,
não se havia inventado nenhum dispositivo que se parecesse ou funcionasse como
um transistor. Havia apenas diodos de germânio e selênio produzidos com
materiais naturais.
Companhia diz ter protótipo de artefato
eletrônico baseado em tecnologia alienígena
A
história toda é muito estranha e recheada de tópicos dignos da mais bem elaborada
teoria da conspiração. Daria um belo roteiro de
filme de ficção científica. O único problema é que tem gente de enorme
reputação fazendo a afirmação impactante: "todo o arsenal eletrônico
desenvolvido pela humanidade é resultado do aproveitamento da tecnologia de uma
nave alienígena que teria caído na cidade norte-americana de Roswell, no Estado do Novo México, em julho de 1947".
Em 1997 o Incidente em Roswell,
como ficou conhecida a mais popular e até hoje polêmica história da Ufologia dos
EUA, completou 50 anos, coincidindo com o cinquentenário da própria era moderna
da Ufologia, inaugurada pelo relato de Kenneth Arnold, piloto civil
norte-americano, que ao sobrevoar o Monte Rainier
teria observado uma formação de vôo de 9 (nove) objetos
discoidais a grande velocidade.
Justamente no aniversário de 50 anos, o Incidente em
Roswell
ganhou duas novas versões, uma oficial e outra
reforçando o caráter insólito do alegado episódio. A versão oficial ficou por
conta da nota divulgada pela Força Aérea dos Estados Unidos afirmando que
realmente um objeto caiu em Roswell, mas que se
tratava apenas de um balão com um dispositivo de reflexão de ondas de radar.
Segundo a USAF, o projeto, chamado "Mogul",
era então secreto e acabaria sendo confundido com um disco voador pelos
experimentados oficiais do 509º Grupo de Bombardeio de Roswell,
na época o único grupo de bombardeio atômico dos Estados Unidos. A versão que
corrobora o caráter ufológico do incidente foi lançada primeiro pelo Coronel
Philip J. Corso, em seu livro "The Day After Roswell" (O Dia
Seguinte a Roswell), publicado pela Editora Pocket Books. No livro, o Coronel Corso afirma ter ele
próprio comandado as operações de despacho dos destroços da nave alienígena
acidentada para laboratórios de pesquisa civis e militares com o objetivo de
pesquisa e desenvolvimento de tecnologia (engenharia reversa) de forma a parecer que se tratava de
invenções terrestres.
A
checagem das alegações de Corso logo gerou uma polêmica na Ufologia Mundial. A
maioria dos informantes e testemunhas por ele mencionados já estão mortos. A confirmação só seria
possível com a boa vontade do Governo dos EUA, de departamentos como o
Pentágono, CIA e empresas para as quais teriam ido os destroços, como os
Laboratórios Bell, AT&T, Motorola, General Electrics
etc. Ou seja: a sua comprovação depende destas empresas e é tudo que os ufólogos do mundo esperam
há mais de 50 anos. No entanto, contra seus críticos, Philip Corso apresenta seu
currículo e patentes militares, estas sim, confirmadas. Coronel do
Exército dos EUA reformado em 1963, com 21 anos de carreira otendo 19 condecorações
militares, foi oficial da Inteligência na equipe do General Douglas MacArthur, na Coréia; membro do Conselho de Segurança
Nacional (durante o governo de Eisenhower) e diretor
do Setor de Tecnologia Estrangeira do Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento do Exército dos EUA, no Pentágono. Ao se reformar, o coronel
tornou-se assessor especializado em segurança nacional para os senadores James Eastland e Strom Thurmond.
A American Computer
Company e o Transistor
O debate ficou ainda mais quente depois que a
American Computer
Company (ACC), uma conceituada empresa sediada no segundo andar de um
edifício de estabelecimentos empresariais de Nova Jersey, nos EUA, lançou em
seu site na Internet (http://www.american-computer.com/) uma versão nova para a história da invenção
do transistor, dispositivo em que está baseada a quase totalidade dos aparelhos
eletrônicos do homem, desde um simples rádio de pilha até os mais avançados
computadores da atualidade. Conforme descreve a ACC em suas páginas na Web, o transistor teria sido
desenvolvido na Bell Labs -braço da pesquisa e
desenvolvimento de ponta da empresa Lucent technologies, incorporada pela
AT&T– como parte de um projeto de pesquisa e aprendizado do funcionamento
dos dispositivos encontrados no artefato alienígena acidentado em Roswell..
No
site, o relato começou sendo apresentado de forma humorística, inicialmente
apenas requisitando a opinião dos leitores, o que seria parte de uma estratégia
depois explicada pelo presidente da ACC, Jack Shulman,
durante entrevista concedida ao radialista Jeff Rense.
Ao radialista, que comanda o popular programa Sightings,
nos EUA -http://www.sightings.com/-, Shulman relatou
que a intenção era dar publicidade à história e ao mesmo tempo não prejudicar a
imagem da companhia junto aos seus clientes, deixando a cargo de contribuições
futuras dos leitores do site e contatos da ACC confirmar ou desmentir o
material apresentado.
O
presidente da ACC afirma ter recebido o relato de um consultor de sua companhia
com o qual, como é praxe no mundo da Ufologia, ele comprometeu-se a não revelar
o nome. O mistério, assim como a computação e o gosto pela polêmica, parecem
fazer parte da vida de Shulman. O empresário é também
diretor da ACSA – American Computer
Scientists Association
(Associação Americana dos Cientistas da Computação), uma Associação que
reivindica vitória por W.O. de
seu sistema Valkyrie montado pela ACC - sobre o
Computador Deep Blue e
reproduz em seu site até mesmo o manifesto do terrorista mundialmente conhecido
Unabomber. Shulman tem uma
página no site da ACSA dedicada a apresentar
seu currículo no ramo da computação. Ao invés de sua foto, no entanto, consta
uma fotografia do monumento de Stonehenge, na Inglaterra. O site
http://www.acsa.net/shulman1.html, que reproduz um artigo de Shulman a respeito de inteligência artificial, refere-se a
ele, entre outros adjetivos, como "um dos pais da tecnologia da
computação", tendo desenvolvido trabalhos para a IBM, AT&T, HP, Bell Labs/AT&T, governo dos EUA e "dúzias de
outros".
Listas de e-mail e reforço com declaração de astronauta
Logo
surgiram nas listas de discussão de Ufologia na Internet, algumas delas
retransmitidas no Brasil pela OVNIBR-l e mantida pelo pesquisador Pedro Cunha,
dezenas de mensagens apoiando a iniciativa ou duvidando dos fatos relatados
pela ACC. Repercutindo em mais desconfiança, surgiram dois misteriosos
investigadores, chamados Bob Wolf e Ed Wang, que
muitas vezes pareceram falar nome da ACC, o que é negado por Shulman. O presidente da companhia afirma tratar-se de dois
pesquisadores que entraram em contato com ele, assim como muitos outros. Não
tomando conhecimento da controvérsia, a ACC continuou ampliando em seu site o
espaço destinado à história do transistor. Diversas reportagens, releases de
imprensa e ofícios foram publicados. Apelando para o espírito patriótico do
povo norte-americano, a companhia encaminhou ofício ao Departamento da Defesa
dos Estados Unidos para que se pronunciasse a respeito da história em benefício
da própria confiança do povo americano e de seu governo.
Aí a
polêmica começou a esquentar. Praticamente na mesma época, segundo garante
Shulman, o prédio da ACC foi arrombado, alguns equipamentos
de menor valor foram roubados e uma série de "novos documentos" foi deixada na empresa.
A investigação acabou tendo envolvimento do Escritório de Informação
Estratégica da Força Aérea Norte Americana e até da CIA, depois de contato
telefônico da ACC com a Central procurando informações sobre um suposto
satélite de espionagem mencionado numa das muitas comunicações misteriosas
recebidas via fax ou e-mail.
Lutando
contra investidas para derrubar seu sistema de segurança na Internet, a ACC
prosseguiu e conseguiu, através do ex-astronauta
Edgard Mitchell, o sexto homem a caminhar sobre a Lua, um importante incentivo.
No dia 15 de outubro de 1997, a agência de notícias internacionais Associated Press veiculou nota
revelando: Michell admitiu que alguns aviões
militares utilizavam tecnologia derivada de uma espaçonave alienígena que
teria sido capturada e desmontada. A nota, que se refere às declarações do
astronauta durante um congresso no dia 11 de outubro, diz ainda que
"o proposto projeto secreto está sendo desenvolvido há décadas debaixo de
uma administração governamental paralela, separada do presidente e dos membros
do alto-escalão do Pentágono". Apesar de não referir-se especificamente à
ACC, a companhia tomou a declaração como reforço ao seu próprio relato.
Novas tecnologias "alienígenas"
Depois
de vários comentários, novas revelações feitas por Jack Shulman, em entrevista exclusiva
à Revista Vigília, finalmente veio a cartada mais contundente da companhia: segundo a ACC,
não só o material que reuniu na investigação que depreendeu é confiável, como
conseguiu identificar um novo componente eletrônico entre as anotações que lhe
foram repassadas pelo misterioso consultor. Denominado pela empresa de Transcapacitor, ou Transcap, ele
seria capaz de armazenar, num único 'chip' de cristal, o equivalente a 90
gigabytes de memória de computador, por exemplo. Ou ainda ser aplicado a
dispositivos ampliando entre 50 e 1000 vezes a capacidade de operação dos
transistores convencionais.
A
notícia despertou o interesse até mesmo da famosa revista eletrônica
Newsbytes (http://www.newsbytes.com/pubNews/97/105422.html),
veículo de divulgação de tecnologias da computação. A matéria, publicada no dia
18 de dezembro de 97, por Craig Manefee,
relatou a criação, pela ACC, do Transcapacitor. Shulman
não só anunciou isso como confirmou já ter em seu poder um protótipo do
dispositivo, sobre o qual pretende esclarecer toda a comunidade internauta e
ufológica antes de comercializar o direito de fabricação. Para tanto, uma
suposta foto foi colocada em seu site, assim como o símbolo que será usado em
circuitos elétricos e relatórios de análises técnicas levadas a cabo pelos
laboratórios da companhia.
Segundo o presidente da
ACC, as patentes já estão sendo providenciadas junto aos organismos competentes
nos Estados Unidos e houve propostas de compra --até agora recusadas-- por
parte de executivos de grandes empresas, mas, como sempre, ele ainda não quer
revelar seus nomes. À Newsbytes ele declarou:
"as pessoas podem pensar que estou fazendo isso apenas pelo dinheiro. Bem,
eu estou nisso pelo dinheiro, mas eu não vou procurar ninguém para ajudar
financeiramente até entendermos melhor esta coisa. Isso feriria minha
credibilidade", ponderou. De fato, no inicio de 1998, o site da
companhia trouxe o anúncio de um porta-voz da empresa: "Após cuidadosa
consideração de ofertas não-solicitadas
de compra do Transcapacitor da ACC, decidimos,
por um futuro próximo NÃO licenciar nem vender estes dispositivos para
qualquer comprador, pelo menos até podermos expor seus desenhos e operações
para o público, a fim de que todas as ramificações de suas origens sejam conhecidas. Desenhos, artigos científicos e fotos estarão disponíveis quando
nossos advogados nos aconselharem, e em nenhum momento antes disso". O Caso Roswell, ou Incidente em Roswell (The Roswell UFO
Incident) é um fato real e reporta uma série de
acontecimentos ocorridos em julho de 1947 na localidade de Roswell (Novo
México, EUA), onde um OVNI foi encontrado logo após a sua queda. Na edição do dia 8 de julho de
1947,
em Roswell (Novo México, Estados Unidos) o jornal Roswell Daily Record publicou em sua primeira página a
notícia de que o 509º Grupo de Bombardeiros da Força Aérea do Exército dos
EUA havia capturado os destroços de um disco voador:
"RAAF
(Roswell Army Air Field, Aeródromo Militar de Roswell)
captura disco voador em rancho na localidade Roswell",
este era o título da manchete.
.
Os destroços foram encontrados originalmente por um fazendeiro
chamado William "Mac" Brazel, que deu uma entrevista ao Roswell Daily Record no dia 09 de julho, contando como foi o seu achado. Disse ele que no dia 2 de julho, enquanto
andava a cavalo em companhia de seu filho Vernon de 8 anos, deparou-se com
uma grande quantidade de destroços, a cerca de 12 km do rancho em que vivia.
Acostumado a encontrar restos de balões meteorológicos, não lhes deu
importância de início, só vindo a recolher o material no feriado do 4 de
Julho, juntamente com a sua mulher e a sua filha Bessie de 14 anos. Nesse mesmo dia ele contou o acontecido aos vizinhos Floyd e Loretta
Proctor, e atraves deles tomou conhecimento que alguns jornais ofereciam até
3.000 dólares por uma prova dos chamados “discos voadores”, assunto que
estava causando furor na imprensa devido às declarações do piloto Kenneth
Arnold feitas um mês antes...
Arnold contava que ao sobrevoar o estado do Oregon,
havia avistado o que seriam aeronaves voando em formação e descreveu o seu
movimento como igual ao de pedras ou discos deslizando na superfície de um
lago. A imprensa imediatamente adotou o termo “disco voador”, excitando as
imaginações, e estimulando as pessoas a se apresentarem e contarem o que
haviam visto... Assim quase mil relatos de avistamentos de ufos foram
narrados nas semanas seguintes.
O Major
recebeu ordens de recolher todo o material e o transportar para a base de
Fort Worth. A partir dai a história se espalhou, dando origem à manchete do
Roswell Daily Record do dia 8. No
dia seguinte o Exército tratou de desmentir a versão do disco voador,
afirmando que os destroços encontrados eram de um balão meteorológico. Este
acontecimento estava esquecido até o ano de 1978, quando o físico nuclear
Stanton Terry Friedman ouviu falar de Jesse Marcel, sobre quem pairavam
rumores de ter tido contato com um disco voador. Friedman o procurou.
Inicialmente as informações de Marcel eram escassas demais para serem de
alguma utilidade a Friedman, mas aos poucos ele e outros pesquisadores foram
obtendo mais informações e descobrindo outras testemunhas. Enquanto isso,
Friedman conseguiu que uma entrevista com Marcel fosse publicada no tablóide
National Enquirer, onde Marcel
afirmava que nunca tinha visto nada comparável ao material encontrado em Roswell e
que acreditava ser de origem extraterrestre. Foi assim que o assunto Roswell
voltou às manchetes.
Baseando-se em relatos de diversas testemunhas descobertas a partir
da volta do Caso Roswell às manchetes, pesquisadores publicaram os primeiros
livros defendendo a tese de que os destroços de 1947 eram de uma nave
alienígena.
São exemplos
"The Roswell Incident
(1980)", de Charles Berlitz e
William Moore;
"UFO crash at Roswell (1991)" e
"The truth about the UFO crash at Roswell
(1994)", de Kevin Randle e Donald Schmitt e
ainda "Crash at
Corona", de Don Berliner e Stanton Terry Friedman
(1997).
Ainda que divergissem alguns detalhes, as teorias apresentadas
nesses livros seguiam a mesma lógica básica. Os destroços encontrados em
Roswell seriam de uma nave alienígena que por algum motivo desconhecido,
teria se acidentado. Ao identificarem os destroços, os militares americanos
teriam iniciado uma campanha de desinformação para acobertar a verdadeira
origem do material, apresentando a versão oficial de que seriam restos de um
balão meteorológico. O material teria sido na verdade encaminhado para
análise em instalações secretas de pesquisa e escondido do público.
Stanton Friedman publicou mais tarde, no livro
"Top Secret/Majic", o que seriam evidências documentais
da existência de um grupo governamental clandestino dedicado exclusivamente
a acobertar o incidente de Roswell. Este grupo, constituído por doze pessoas
e chamado de “Majestic 12”, coordenaria todos os estudos secretos sobre os
destroços e os corpos de alienígenas recuperados. Infelizmente para
Friedman, investigações do FBI e uma análise independente de Joe Nickell,
proeminente investigador cético de fenômenos paranormais, provaram que os
documentos eram completamente falsos. Uma das maiores evidências disso é que
foi encontrada uma carta original do Presidente Harry Truman, de 1 de
outubro de 1947, cuja assinatura foi fotocopiada e reproduzida pelo(s)
falsário(s) nos documentos MJ-12.
Em 1994, Steven Schifft, congressista do Novo México, pediu à GAO
(General Accounting Office – Escritório Geral de Auditoria) que buscasse a
documentação referente ao Caso Roswell. Quando a USAF recebeu a petição da
GAO, publicou dois relatórios conclusivos sobre o caso: o primeiro, de 25
páginas, intitulado "O relatório Roswell: a verdade
diante da ficção no deserto do Novo México"
publicado ainda em 1994 e se concentra na origem dos destroços encontrados.
Já o segundo, publicado três anos depois e denominado "O
incidente de Roswell: caso encerrado", aborda os relatos
de corpos de alienígenas. No primeiro relatório a USAF afirmava que os
restos encontrados eram de balões do Projeto Mogul, altamente secreto,
projetado para detectar possíveis testes nucleares soviéticos (o primeiro
teste nuclear soviético só aconteceria em 1949). Para isso, detectores
acústicos de baixa frequência eram colocados em balões lançados a grandes
altitudes. Outros pesquisadores também chegaram, de forma independente, à
relação entre Roswell e o Projeto Mogul: Robert Todd e Karl Pflock, autores
de "Roswell: Inconvenient Facts and the Will to Believe".
Os pesquisadores do Projeto Mogul ainda vivos por ocasião da
investigação foram entrevistados, em especial o professor Charles B. Moore,
que era o engenheiro-chefe do projeto. Inicialmente com sua base na Universidade
de Nova Iorque, os pesquisadores se mudaram para a base de Alamogordo, Novo
México, de onde os balões eram lançados. O equipamento utilizado para
pesquisas era carregado por uma série de balões (inicialmente de neopreno e
mais tarde de polietileno) conectados entre si. Pendurado à série de balões
ia um alvo de radar - uma estrutura multifacetada de compensado recoberto
com papel-alumínio - utilizada para rastrear os balões após o lançamento.
A partir dos registros ainda disponíveis sobre o projeto,
concluiu-se que os destroços encontrados em Roswell seriam provavelmente do
quarto voo, ocorrido em 4 de junho de 1947. Este voo consistia em cerca de
vinte e um balões meteorológicos de neoprene ligados entre si, um microfone
sonda, explosivos para regular a altitude do aparelho, interruptores de
pressão, baterias, anéis de lançamento de alumínio, três pára-quedas de
pergaminho reforçado de cor vermelha ou laranja e três alvos refletores de
radar de um modelo não normalmente usado no continente dos Estados Unidos.
De acordo com o diário do Dr. Crary, um dos responsáveis do projeto,
o voo NYU-4 foi acompanhado pelo radar até que desapareceu a cerca 27 km de
distância do Rancho Foster. As cartas meteorológicas da época demonstram,
contudo, que de acordo com os ventos prevalecentes de então, os balões podem
ter sido levados exatamente para o local onde Mac Brazel os encontrou dez
dias depois.
Já no relatório de 1997, a Força Aérea dos Estados Unidos afirmou
que os estranhos corpos descritos por algumas das testemunhas eram na
verdade bonecos de teste do Projeto High Dive. Concluiu-se que: diversas
atividades da Força Aérea ocorridas ao longo de vários anos foram misturadas
pelas testemunhas, que as lembraram erroneamente como tendo ocorrido em
julho de 1947; os supostos corpos de alienígenas observados no Novo México
se tratavam na verdade de bonecos de testes carregados por balões de alta
altitude; as atividades militares suspeitas observadas na área eram as
operações de lançamento e recuperação dos balões e dos bonecos de testes; e
que os relatos envolvendo alienígenas mortos no hospital da base de Roswell
provavelmente se originaram da combinação de dois acidentes, cujos feridos
foram para aí transportados (a queda de um avião KC-97 em 1956, no qual onze
militares morreram, e um incidente com um balão tripulado em 1959 em que
dois pilotos ficaram feridos).
Atualmente, bonecos de teste são amplamente conhecidos pelo público
em geral (principalmente por causa de seu uso em testes de segurança de
automóveis), mas na década de 1950 eles eram desconhecidos fora dos círculos
da pesquisa científica. No entanto, na década de 1920, a Força Aérea
Americana já lançava esses bonecos de aviões como forma de testar modelos de
paraquedas. Na década de 1940 eles foram usados para testar assentos de
ejeção para caças (que haviam sido inventados pelos alemães). E na década de
1950, eles estavam sendo lançados de balões a alta altitude como parte do
desenvolvimento de cápsulas de escape para os futuros veículos espaciais.
Entre junho de 1954 e fevereiro de 1959, sessenta e sete bonecos
foram lançados de balões na região do Novo México, sendo que a maioria caiu
fora dos limites das bases militares. Os bonecos eram transportados em
grandes caixas de madeira, semelhantes a caixões, para evitar danos aos
sensores montados em seu interior. Pelo mesmo motivo, quando retirados das
caixas ou após recuperados no campo, os bonecos eram normalmente
transportados dentro de sacos plásticos em macas. Em alguns lançamentos, os
bonecos vestiam uma roupa de alumínio que protegia os sensores das baixas
temperaturas das altas altitudes. Todos estes fatos, além de sua aparência,
provavelmente contribuíram para sua identificação como corpos de
alienígenas.
Em março de 2011 um documento de 22 de março de 1950, escrito pelo
agente Guy Hottel, foi liberado pelo FBI em seu sistema de pesquisa (The
Vault). O documento registra apenas o boato de que três discos voadores
teriam sido recuperados no Novo Mexico (EUA), e que cada uma das espaçonaves
seria ocupada por três corpos de forma humana, mas com apenas 3 pés (cerca
de 1 metro) de altura, vestidos com roupa metalica de textura muito fina.
Toda a discussão sobre o que aconteceu em Roswell gira em torno de informações obtidas de testemunhas. Estas testemunhas guardaram suas histórias por décadas, só aparecendo após o assunto receber destaque na imprensa e, em alguns casos, apenas repassavam relatos ouvidos de terceiros. O longo espaço de tempo entre o incidente e os relatos inevitavelmente diminuiu a sua exatidão e algumas testemunhas, como os filhos de Mac Brazel e do Major Jesse Marcel, eram crianças na época.
Diante dos depoimentos, relatórios, fatos e
contradições divulgados publicamente, por quanto tempo ainda iremos
aguardar até podermos considerar o "Incidente Roswell" finalmente
encerrado?
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