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 A verdadeira historia do TRANSISTOR

  

A reprodução deste texto está autorizada desde que a autoria seja preservada e mencionada - Direitos Reservados: Marcus Martins - PY4SM / PY2DD

 

Você está prestes a ler a história do transistor e, portanto do desenvolvimento da tecnologia dos computadores, rádios de comunicação (transmissores e receptores), televisão, celulares e outras invenções modernas. Circulam pela Internet as repercussões de uma história que, se confirmada, irá mudar radicalmente nossa forma de encarar toda a parafernália eletrônica que nos cerca. O transistor, invenção que revolucionou o mundo moderno e que é a base dos circuitos eletrônicos da atualidade, teria sido desenvolvido a partir de tecnologia alienígena utilizando-se a engenharia reversa. É um tema fascinante, mas que para ser aceito como verdade, precisará vencer a poderosa barreira de silêncio que cerca o caso Roswell há mais de meio século.   Para quem não conhece o caso: um objeto voador não identificado caiu perto da cidade americana de Roswell, no Estado do Novo México, em julho de 1947, numa região conhecida como Planícies de San Augustin. Na ocasião, o pessoal de relações públicas da Força Aérea americana deu com a língua nos dentes e informaram tratar-se de um artefato extraterrestre tripulado. É claro que logo depois as autoridades negaram o fato, mas aí o circo já estava armado. Os relatórios autênticos da queda de um disco voador alienígena ocorrida em  02 de julho de 1947 (assinados pelo comandante da base aérea) foram subitamente encobertos pela Força Aérea - porque a informação imprudentemente lançada pelo pessoal da base aérea, poderia constituir uma ameaça à segurança nacional. Os relatórios contam que os alienígenas (estrangeiros), morreram no acidente e foram posteriormente autopsiados pelo médico chefe geral e cirurgião que determinou a filmagem da autópsia e solicitiu que os filmes fossem colocados em uma seção do Arquivo Nacional. Acredita-se que os corpos estejam armazenados e guardados pelo Exército dos EUA. Em 1948 em uma série de contatos reservados feitos com  representantes da Comunidade e Presença de investigação estrangeira, as autoridades divulgaram que os corpos desses visitantes alienígenas (estrangeiros) se assemelhavam a "seres de pele cinza ou cor de rosa, pequenos e com seis dedos". Este relatório com declarações não convencionais  e não confirmadas, tem algumas semelhanças com outras histórias que vieram à tona em revistas de investigação. Muito mais recentemente, as histórias começaram a surgir sobre o que a Força Aérea ou o Exército supostamente teriam feito com a nave espacial alienigena que caiu em Roswell em 1947.

         

 

Começava a tomar corpo o famoso "Incidente Roswell". Juntaram-se provas, contraprovas, acusações e desmentidos durante esse tempo todo. O hardware alienígena teria sido cuidadosamente estudado por cientistas americanos e pelo menos um tripulante da nave teria sido localizado, com sua necropsia filmada. Chegaram até a exibir o tal filme na TV recentemente! Em 1997, após 50 anos do acidente, a Força Aérea apareceu com a declaração oficial de que o objeto de Roswell era um balão que fazia parte de um projeto secreto na época. De acordo com a Usaf (United States Air Force), o tal projeto sigiloso chamava-se Mogul, e a engenhoca teria sido confundida com um disco voador pelos experimentados oficiais do 509º Grupo de Bombardeio de Roswell, que naquele tempo era o único grupo de bombardeio atômico dos EUA.

 

A conversa não colou! Muito pelo contrário, pois os pesquisadores civis independentes trabalhando no caso, que já  estavam cheios de certezas, depoimentos e material de apoio, ficaram ainda mais agitados. Para alegria desses  indômitos buscadores, o militar que comandou as operações de despacho dos destroços do veículo extraterrestre  acidentado para centros de pesquisa civis e militares resolveu escrever um livro: "O dia seguinte a Roswell". Este    oficial é o tenente-coronel Philip J. Corso, que afirma que a tecnologia alienígena foi pesquisada a fundo e teve como  consequência diversas descobertas que mais tarde seriam indevidamente atribuídas a cientistas terrestres. Segundo Corso, os destroços teriam sido enviados para laboratórios de renome, como os da AT&T e da Motorola. Estas empresas, naturalmente, negam tudo. Todavia, o oficial que abriu o verbo é respeitadíssimo no meio militar. O livro de Corso merece atenção, a julgar pelo notável currículo desse oficial do Exército americano, com 21 anos de  carreira e reformado em 1963 - 19 condecorações militares - membro do Conselho de Segurança Nacional - oficial da  Inteligência de MacArthur na Coréia além de ter ocupado outros cargos de destaque.

 

Diversos dispositivos eletronicos e de propulsão, avançadíssimos, encontrados no disco voador teriam sido encaminhados aos "Laboratórios Bell", na época funcionando em Murray Hill, New Jersey. Dentre estes equipamentos haviam máquinas nucleares, artefatos de comunicação e até sistemas de computação. Os componentes foram estudados, analisados e testados detalhadamente e, dentre eles, uma das peças aparentou possuir potencial assombroso - era um estranho interruptor alienígena composto de um material contendo os elementos químicos silício e arsênico, dispostos numa matriz microscópica muito mais complicada do que qualquer outro material produzido artificialmente até então. Esta peça funcionava ao mesmo tempo como um interruptor de alta velocidade e um amplificador. Decidiram chamá-lo "resistor de transferência" (TRANsfer reSISTOR).

 

Fontes científicas e acadêmicos consultados ressaltam que até setembro de 1947, não se havia inventado nenhum dispositivo que se parecesse ou funcionasse como um transistor. Havia apenas diodos de germânio e selênio produzidos com materiais naturais.

 

Companhia diz ter protótipo de artefato eletrônico baseado em tecnologia alienígena

 

A história toda é muito estranha e recheada de tópicos dignos da mais bem elaborada teoria da conspiração. Daria um belo roteiro de filme de ficção científica. O único problema é que tem gente de enorme reputação fazendo a afirmação impactante: "todo o arsenal eletrônico desenvolvido pela humanidade é resultado do aproveitamento da tecnologia de uma nave alienígena que teria caído na cidade norte-americana de Roswell, no Estado do Novo México,  em julho de 1947". Em 1997 o Incidente em Roswell, como ficou conhecida a mais popular e até hoje polêmica história da Ufologia dos EUA, completou 50 anos, coincidindo com o cinquentenário da própria era moderna da Ufologia, inaugurada pelo relato de Kenneth Arnold, piloto civil norte-americano, que ao sobrevoar o Monte Rainier teria observado uma formação de vôo de 9 (nove) objetos discoidais a grande velocidade.

 

Justamente no aniversário de 50 anos, o Incidente em Roswell ganhou duas novas versões, uma oficial e outra reforçando o caráter insólito do alegado episódio. A versão oficial ficou por conta da nota divulgada pela Força Aérea dos Estados Unidos afirmando que realmente um objeto caiu em Roswell, mas que se tratava apenas de um balão com um dispositivo de reflexão de ondas de radar. Segundo a USAF, o projeto, chamado "Mogul", era então secreto e acabaria sendo confundido com um disco voador pelos experimentados oficiais do 509º Grupo de Bombardeio de Roswell, na época o único grupo de bombardeio atômico dos Estados Unidos. A versão que corrobora o caráter ufológico do incidente foi lançada primeiro pelo Coronel Philip J. Corso, em seu livro "The Day After Roswell" (O Dia Seguinte a Roswell), publicado pela Editora Pocket Books. No livro, o Coronel Corso afirma ter ele próprio comandado as operações de despacho dos destroços da nave alienígena acidentada para laboratórios de pesquisa civis e militares com o objetivo de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia (engenharia reversa) de forma a parecer que se tratava de invenções terrestres.

   

 

A checagem das alegações de Corso logo gerou uma polêmica na Ufologia Mundial. A maioria dos informantes e testemunhas por ele mencionados já estão mortos. A confirmação só seria possível com a boa vontade do Governo dos EUA, de departamentos como o Pentágono, CIA e empresas para as quais teriam ido os destroços, como os Laboratórios Bell, AT&T, Motorola, General Electrics etc. Ou seja: a sua comprovação depende destas empresas e é tudo que os ufólogos do mundo esperam há mais de 50 anos. No entanto, contra seus críticos, Philip Corso apresenta seu currículo e patentes militares,  estas sim, confirmadas. Coronel do Exército dos EUA reformado em 1963, com 21 anos de carreira otendo 19 condecorações militares, foi oficial da Inteligência na equipe do General Douglas MacArthur, na Coréia; membro do Conselho de Segurança Nacional (durante o governo de Eisenhower) e diretor do Setor de Tecnologia Estrangeira do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Exército dos EUA, no Pentágono. Ao se reformar, o coronel tornou-se assessor especializado em segurança nacional para os senadores James Eastland e Strom Thurmond.

 

A American Computer Company e o Transistor

 

O debate ficou ainda mais quente depois que a American Computer Company (ACC), uma conceituada empresa sediada no segundo andar de um edifício de estabelecimentos empresariais de Nova Jersey, nos EUA, lançou em seu site na Internet (http://www.american-computer.com/) uma versão nova para a história da invenção do transistor, dispositivo em que está baseada a quase totalidade dos aparelhos eletrônicos do homem, desde um simples rádio de pilha até os mais avançados computadores da atualidade. Conforme descreve a ACC em suas páginas na Web, o transistor teria sido desenvolvido na Bell Labs -braço da pesquisa e desenvolvimento de ponta da empresa Lucent technologies, incorporada pela AT&T– como parte de um projeto de pesquisa e aprendizado do funcionamento dos dispositivos encontrados no artefato alienígena acidentado em Roswell..

 

No site, o relato começou sendo apresentado de forma humorística, inicialmente apenas requisitando a opinião dos leitores, o que seria parte de uma estratégia depois explicada pelo presidente da ACC, Jack Shulman, durante entrevista concedida ao radialista Jeff Rense. Ao radialista, que comanda o popular programa Sightings, nos EUA -http://www.sightings.com/-, Shulman relatou que a intenção era dar publicidade à história e ao mesmo tempo não prejudicar a imagem da companhia junto aos seus clientes, deixando a cargo de contribuições futuras dos leitores do site e contatos da ACC confirmar ou desmentir o material apresentado.

 

O presidente da ACC afirma ter recebido o relato de um consultor de sua companhia com o qual, como é praxe no mundo da Ufologia, ele comprometeu-se a não revelar o nome. O mistério, assim como a computação e o gosto pela polêmica, parecem fazer parte da vida de Shulman. O empresário é também diretor da ACSA – American Computer Scientists Association (Associação Americana dos Cientistas da Computação), uma Associação que reivindica vitória por W.O. de seu sistema Valkyrie montado pela ACC - sobre o Computador Deep Blue e reproduz em seu site até mesmo o manifesto do terrorista mundialmente conhecido Unabomber. Shulman tem uma página no site da ACSA dedicada a apresentar seu currículo no ramo da computação. Ao invés de sua foto, no entanto, consta uma fotografia do monumento de Stonehenge, na Inglaterra. O site http://www.acsa.net/shulman1.html, que reproduz um artigo de Shulman a respeito de inteligência artificial, refere-se a ele, entre outros adjetivos, como "um dos pais da tecnologia da computação", tendo desenvolvido trabalhos para a IBM, AT&T, HP, Bell Labs/AT&T, governo dos EUA e "dúzias de outros".

 

Listas de e-mail e reforço com declaração de astronauta

 

Logo surgiram nas listas de discussão de Ufologia na Internet, algumas delas retransmitidas no Brasil pela OVNIBR-l e mantida pelo pesquisador Pedro Cunha, dezenas de mensagens apoiando a iniciativa ou duvidando dos fatos relatados pela ACC. Repercutindo em mais desconfiança, surgiram dois misteriosos investigadores, chamados Bob Wolf e Ed Wang, que muitas vezes pareceram falar nome da ACC, o que é negado por Shulman. O presidente da companhia afirma tratar-se de dois pesquisadores que entraram em contato com ele, assim como muitos outros.

 

Não tomando conhecimento da controvérsia, a ACC continuou ampliando em seu site o espaço destinado à história do transistor. Diversas reportagens, releases de imprensa e ofícios foram publicados. Apelando para o espírito patriótico do povo norte-americano, a companhia encaminhou ofício ao Departamento da Defesa dos Estados Unidos para que se pronunciasse a respeito da história em benefício da própria confiança do povo americano e de seu governo.

 

Aí a polêmica começou a esquentar. Praticamente na mesma época, segundo garante Shulman, o prédio da ACC foi arrombado, alguns equipamentos de menor valor foram roubados e uma série de "novos documentos" foi deixada na empresa. A investigação acabou tendo envolvimento do Escritório de Informação Estratégica da Força Aérea Norte Americana e até da CIA, depois de contato telefônico da ACC com a Central procurando informações sobre um suposto satélite de espionagem mencionado numa das muitas comunicações misteriosas recebidas via fax ou e-mail.

 

 

Lutando contra investidas para derrubar seu sistema de segurança na Internet, a ACC prosseguiu e conseguiu, através do ex-astronauta Edgard Mitchell, o sexto homem a caminhar sobre a Lua, um importante incentivo. No dia 15 de outubro de 1997, a agência de notícias internacionais Associated Press veiculou nota revelando: Michell admitiu que alguns aviões militares utilizavam tecnologia derivada de uma espaçonave alienígena que teria sido capturada e desmontada. A nota, que se refere às declarações do astronauta durante um congresso no dia 11 de outubro, diz ainda que "o proposto projeto secreto está sendo desenvolvido há décadas debaixo de uma administração governamental paralela, separada do presidente e dos membros do alto-escalão do Pentágono". Apesar de não referir-se especificamente à ACC, a companhia tomou a declaração como reforço ao seu próprio relato.

 

Novas tecnologias "alienígenas"

 

Depois de vários comentários, novas revelações feitas por Jack Shulman, em entrevista exclusiva à Revista Vigília, finalmente veio a cartada mais contundente da companhia: segundo a ACC, não só o material que reuniu na investigação que depreendeu é confiável, como conseguiu identificar um novo componente eletrônico entre as anotações que lhe foram repassadas pelo misterioso consultor. Denominado pela empresa de Transcapacitor, ou Transcap, ele seria capaz de armazenar, num único 'chip' de cristal, o equivalente a 90 gigabytes de memória de computador, por exemplo. Ou ainda ser aplicado a dispositivos ampliando entre 50 e 1000 vezes a capacidade de operação dos transistores convencionais.

 

A notícia despertou o interesse até mesmo da famosa revista eletrônica Newsbytes (http://www.newsbytes.com/pubNews/97/105422.html), veículo de divulgação de tecnologias da computação. A matéria, publicada no dia 18 de dezembro de 97, por Craig Manefee, relatou a criação, pela ACC, do Transcapacitor. Shulman não só anunciou isso como confirmou já ter em seu poder um protótipo do dispositivo, sobre o qual pretende esclarecer toda a comunidade internauta e ufológica antes de comercializar o direito de fabricação. Para tanto, uma suposta foto foi colocada em seu site, assim como o símbolo que será usado em circuitos elétricos e relatórios de análises técnicas levadas a cabo pelos laboratórios da companhia.

 

Segundo o presidente da ACC, as patentes já estão sendo providenciadas junto aos organismos competentes nos Estados Unidos e houve propostas de compra --até agora recusadas-- por parte de executivos de grandes empresas, mas, como sempre, ele ainda não quer revelar seus nomes. À Newsbytes ele declarou: "as pessoas podem pensar que estou fazendo isso apenas pelo dinheiro. Bem, eu estou nisso pelo dinheiro, mas eu não vou procurar ninguém para ajudar financeiramente até entendermos melhor esta coisa. Isso feriria minha credibilidade", ponderou. De fato, no inicio de 1998, o site da companhia trouxe o anúncio de um porta-voz da empresa: "Após cuidadosa consideração de ofertas não-solicitadas de compra do Transcapacitor da ACC, decidimos, por um futuro próximo NÃO licenciar nem vender estes dispositivos para qualquer comprador, pelo menos até podermos expor seus desenhos e operações para o público, a fim de que todas as ramificações de suas origens sejam conhecidas. Desenhos, artigos científicos e fotos estarão disponíveis quando nossos advogados nos aconselharem, e em nenhum momento antes disso".

 

O Caso Roswell, ou Incidente em Roswell (The Roswell UFO Incident) é um fato real e reporta uma série de acontecimentos ocorridos em julho de 1947 na localidade de Roswell (Novo México, EUA), onde um OVNI foi encontrado logo após a sua queda. Na edição do dia 8 de julho de 1947, em Roswell (Novo México, Estados Unidos) o jornal Roswell Daily Record publicou em sua primeira página a notícia de que o 509º Grupo de Bombardeiros da Força Aérea do Exército dos EUA havia capturado os destroços de um disco voador: "RAAF (Roswell Army Air Field, Aeródromo Militar de Roswell) captura disco voador em rancho na localidade Roswell", este era o título da manchete. A notícia causou enorme rebuliço na cidade, mas já no dia seguinte o mesmo jornal desmentia a história dizendo: "O disco voador do Novo México é apenas um balão meteorológico".

 

         

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Os destroços foram encontrados originalmente por um fazendeiro chamado William "Mac" Brazel, que deu uma entrevista ao Roswell Daily Record no dia 09 de julho, contando como foi o seu achado. Disse ele que no dia 2 de julho, enquanto andava a cavalo em companhia de seu filho Vernon de 8 anos, deparou-se com uma grande quantidade de destroços, a cerca de 12 km do rancho em que vivia. Acostumado a encontrar restos de balões meteorológicos, não lhes deu importância de início, só vindo a recolher o material no feriado do 4 de Julho, juntamente com a sua mulher e a sua filha Bessie de 14 anos.

 

Nesse mesmo dia ele contou o acontecido aos vizinhos Floyd e Loretta Proctor, e atraves deles tomou conhecimento que alguns jornais ofereciam até 3.000 dólares por uma prova dos chamados “discos voadores”, assunto que estava causando furor na imprensa devido às declarações do piloto Kenneth Arnold feitas um mês antes... Arnold contava que ao sobrevoar o estado do Oregon, havia avistado o que seriam aeronaves voando em formação e descreveu o seu movimento como igual ao de pedras ou discos deslizando na superfície de um lago. A imprensa imediatamente adotou o termo “disco voador”, excitando as imaginações, e estimulando as pessoas a se apresentarem e contarem o que haviam visto... Assim quase mil relatos de avistamentos de ufos foram narrados nas semanas seguintes. No dia 7 de julho de 1947 Brazel foi até a delegacia do xerife George Wilcox, no condado de Chavez e disse-lhe que havia encontrado os restos de algo que lhe parecia ser um disco voador. O xerife ainda em sua presença telefonou para a base aérea de Roswell que imediatamente enviou o Major Billyard Ray Cyrus, do 509º Grupo de Bombardeiros, juntamente com o Capitão Sheridan Cavitt, para analisarem os destroços.

     

 

 

O Major recebeu ordens de recolher todo o material e o transportar para a base de Fort Worth. A partir dai a história se espalhou, dando origem à manchete do Roswell Daily Record do dia 8. No dia seguinte o Exército tratou de desmentir a versão do disco voador, afirmando que os destroços encontrados eram de um balão meteorológico. Este acontecimento estava esquecido até o ano de 1978, quando o físico nuclear Stanton Terry Friedman ouviu falar de Jesse Marcel, sobre quem pairavam rumores de ter tido contato com um disco voador. Friedman o procurou. Inicialmente as informações de Marcel eram escassas demais para serem de alguma utilidade a Friedman, mas aos poucos ele e outros pesquisadores foram obtendo mais informações e descobrindo outras testemunhas. Enquanto isso, Friedman conseguiu que uma entrevista com Marcel fosse publicada no tablóide National Enquirer, onde Marcel afirmava que nunca tinha visto nada comparável ao material encontrado em Roswell e que acreditava ser de origem extraterrestre. Foi assim que o assunto Roswell voltou às manchetes.

 

Baseando-se em relatos de diversas testemunhas descobertas a partir da volta do Caso Roswell às manchetes, pesquisadores publicaram os primeiros livros defendendo a tese de que os destroços de 1947 eram de uma nave alienígena. São exemplos "The Roswell Incident (1980)", de Charles Berlitz e William Moore; "UFO crash at Roswell (1991)" e "The truth about the UFO crash at Roswell (1994)", de Kevin Randle e Donald Schmitt e ainda "Crash at Corona", de Don Berliner e Stanton Terry Friedman (1997).

 

Ainda que divergissem alguns detalhes, as teorias apresentadas nesses livros seguiam a mesma lógica básica. Os destroços encontrados em Roswell seriam de uma nave alienígena que por algum motivo desconhecido, teria se acidentado. Ao identificarem os destroços, os militares americanos teriam iniciado uma campanha de desinformação para acobertar a verdadeira origem do material, apresentando a versão oficial de que seriam restos de um balão meteorológico. O material teria sido na verdade encaminhado para análise em instalações secretas de pesquisa e escondido do público. Divergencias encontradas nas teorias incluem os locais onde teriam sido encontrados destroços, o número de naves que teriam se acidentado, a quantidade de destroços encontrados, a existência ou não de corpos de alienígenas e seu número, bem como a descrição dos materiais.

 

Stanton Friedman publicou mais tarde, no livro "Top Secret/Majic", o que seriam evidências documentais da existência de um grupo governamental clandestino dedicado exclusivamente a acobertar o incidente de Roswell. Este grupo, constituído por doze pessoas e chamado de “Majestic 12”, coordenaria todos os estudos secretos sobre os destroços e os corpos de alienígenas recuperados. Infelizmente para Friedman, investigações do FBI e uma análise independente de Joe Nickell, proeminente investigador cético de fenômenos paranormais, provaram que os documentos eram completamente falsos. Uma das maiores evidências disso é que foi encontrada uma carta original do Presidente Harry Truman, de 1 de outubro de 1947, cuja assinatura foi fotocopiada e reproduzida pelo(s) falsário(s) nos documentos MJ-12.

 

Em 1994, Steven Schifft, congressista do Novo México, pediu à GAO (General Accounting Office – Escritório Geral de Auditoria) que buscasse a documentação referente ao Caso Roswell. Quando a USAF recebeu a petição da GAO, publicou dois relatórios conclusivos sobre o caso: o primeiro, de 25 páginas, intitulado "O relatório Roswell: a verdade diante da ficção no deserto do Novo México" publicado ainda em 1994 e se concentra na origem dos destroços encontrados. Já o segundo, publicado três anos depois e denominado "O incidente de Roswell: caso encerrado", aborda os relatos de corpos de alienígenas. No primeiro relatório a USAF afirmava que os restos encontrados eram de balões do Projeto Mogul, altamente secreto, projetado para detectar possíveis testes nucleares soviéticos (o primeiro teste nuclear soviético só aconteceria em 1949). Para isso, detectores acústicos de baixa frequência eram colocados em balões lançados a grandes altitudes. Outros pesquisadores também chegaram, de forma independente, à relação entre Roswell e o Projeto Mogul: Robert Todd e Karl Pflock, autores de "Roswell: Inconvenient Facts and the Will to Believe"..

 

Os pesquisadores do Projeto Mogul ainda vivos por ocasião da investigação foram entrevistados, em especial o professor Charles B. Moore, que era o engenheiro-chefe do projeto. Inicialmente com sua base na Universidade de Nova Iorque, os pesquisadores se mudaram para a base de Alamogordo, Novo México, de onde os balões eram lançados. O equipamento utilizado para pesquisas era carregado por uma série de balões (inicialmente de neopreno e mais tarde de polietileno) conectados entre si. Pendurado à série de balões ia um alvo de radar - uma estrutura multifacetada de compensado recoberto com papel-alumínio - utilizada para rastrear os balões após o lançamento.

 

A partir dos registros ainda disponíveis sobre o projeto, concluiu-se que os destroços encontrados em Roswell seriam provavelmente do quarto voo, ocorrido em 4 de junho de 1947. Este voo consistia em cerca de vinte e um balões meteorológicos de neoprene ligados entre si, um microfone sonda, explosivos para regular a altitude do aparelho, interruptores de pressão, baterias, anéis de lançamento de alumínio, três pára-quedas de pergaminho reforçado de cor vermelha ou laranja e três alvos refletores de radar de um modelo não normalmente usado no continente dos Estados Unidos.

 

De acordo com o diário do Dr. Crary, um dos responsáveis do projeto, o voo NYU-4 foi acompanhado pelo radar até que desapareceu a cerca 27 km de distância do Rancho Foster. As cartas meteorológicas da época demonstram, contudo, que de acordo com os ventos prevalecentes de então, os balões podem ter sido levados exatamente para o local onde Mac Brazel os encontrou dez dias depois.

 

Já no relatório de 1997, a Força Aérea dos Estados Unidos afirmou que os estranhos corpos descritos por algumas das testemunhas eram na verdade bonecos de teste do Projeto High Dive. Concluiu-se que: diversas atividades da Força Aérea ocorridas ao longo de vários anos foram misturadas pelas testemunhas, que as lembraram erroneamente como tendo ocorrido em julho de 1947; os supostos corpos de alienígenas observados no Novo México se tratavam na verdade de bonecos de testes carregados por balões de alta altitude; as atividades militares suspeitas observadas na área eram as operações de lançamento e recuperação dos balões e dos bonecos de testes; e que os relatos envolvendo alienígenas mortos no hospital da base de Roswell provavelmente se originaram da combinação de dois acidentes, cujos feridos foram para aí transportados (a queda de um avião KC-97 em 1956, no qual onze militares morreram, e um incidente com um balão tripulado em 1959 em que dois pilotos ficaram feridos).

 

Atualmente, bonecos de teste são amplamente conhecidos pelo público em geral (principalmente por causa de seu uso em testes de segurança de automóveis), mas na década de 1950 eles eram desconhecidos fora dos círculos da pesquisa científica. No entanto, na década de 1920, a Força Aérea Americana já lançava esses bonecos de aviões como forma de testar modelos de paraquedas. Na década de 1940 eles foram usados para testar assentos de ejeção para caças (que haviam sido inventados pelos alemães). E na década de 1950, eles estavam sendo lançados de balões a alta altitude como parte do desenvolvimento de cápsulas de escape para os futuros veículos espaciais.

 

Entre junho de 1954 e fevereiro de 1959, sessenta e sete bonecos foram lançados de balões na região do Novo México, sendo que a maioria caiu fora dos limites das bases militares. Os bonecos eram transportados em grandes caixas de madeira, semelhantes a caixões, para evitar danos aos sensores montados em seu interior. Pelo mesmo motivo, quando retirados das caixas ou após recuperados no campo, os bonecos eram normalmente transportados dentro de sacos plásticos em macas. Em alguns lançamentos, os bonecos vestiam uma roupa de alumínio que protegia os sensores das baixas temperaturas das altas altitudes. Todos estes fatos, além de sua aparência, provavelmente contribuíram para sua identificação como corpos de alienígenas.

 

Em março de 2011 um documento de 22 de março de 1950, escrito pelo agente Guy Hottel, foi liberado pelo FBI em seu sistema de pesquisa (The Vault). O documento registra apenas o boato de que três discos voadores teriam sido recuperados no Novo Mexico (EUA), e que cada uma das espaçonaves seria ocupada por três corpos de forma humana, mas com apenas 3 pés (cerca de 1 metro) de altura, vestidos com roupa metalica de textura muito fina.

 

Toda a discussão sobre o que aconteceu em Roswell gira em torno de informações obtidas de testemunhas. Estas testemunhas guardaram suas histórias por décadas, só aparecendo após o assunto receber destaque na imprensa e, em alguns casos, apenas repassavam relatos ouvidos de terceiros. O longo espaço de tempo entre o incidente e os relatos inevitavelmente diminuiu a sua exatidão e algumas testemunhas, como os filhos de Mac Brazel e do Major Jesse Marcel, eram crianças na época.

 

Diante dos depoimentos, relatórios, fatos e contradições divulgados publicamente, por quanto tempo ainda iremos aguardar até podermos considerar o "Incidente Roswell" finalmente encerrado?

 

A reprodução deste texto está autorizada desde que a autoria seja preservada e mencionada - Direitos Reservados: Marcus Martins - PY4SM / PY2DD