A
Reserva Natural das Ilhas Selvagens
O Arquipélago das Selvagens é constituído
por 2 grupos de pequenas ilhas atlânticas de que se destacam, pela
sua maior dimensão, a Selvagem Grande, a Selvagem Pequena e o Ilhéu
de Fora.
Descobertas oficialmente pelos portugueses
no Séc. XV, resistiram praticamente incólumes a todas as tentativas
de colonização. Do ponto de vista botânico, quer a Selvagem Pequena,
quer o Ilhéu de Fora, podem-se considerar em estado inalterado,
situação que não deve ter equivalente em todo o Atlântico. Zoologicamente,apresentam-se
como um verdadeiro santuário para as aves pelágicas na zona subtropical
do Atlântico Norte.
Em consequência das características
apontadas, o arquipélago detém um interesse científico excepcional
e constituí um património natural cujo valor ultrapassa o âmbito
nacional.
Tendo em vista fins culturais e
científicos em 1971 o governo português adquiriu as ilhas e decretou
a zona Reserva Natural com carácter de protecção integral.
As Selvagens constituem Área Diplomada
pelo Conselho da Europa desde 1992, a única situação do género em
Portugal. Têm a vigilância assegurada ao longo de todo o ano pelos
Vigilantes da Natureza e técnicos do Parque Natural da Madeira.
DESCRIÇÃO GERAL
A meio caminho entre a Madeira e
as Canárias, e embora já conhecidas na antiguidade clássica, as
Selvagens só foram oficialmente descobertas pelos navegadores do
Infante D. Henrique em 1438, recebendo este nome "por serem ermas
e desconversáveis, assim de navegação como de gente".
A Selvagem Grande (SG), de forma
sensivelmente pentagonal, possuí um relevo agreste, com uma linha
de costa a pique resultante da erosão e com apenas um ou dois fundeadores
seguros. É coroada por um planalto aproximadamente 100m acima do
nível do mar.
A Selvagem Pequena (SP) e o Ilhéu
de Fora (IF), a cerca de 11 milhas a sudoeste da Selvagem Grande,
constituem a parcela mais meridional do território português.
A Selvagem Pequena, de forma muito
irregular, é baixa, plana e quase completamente coberta de areias
calcáreas, as quais encontram areias marinhas depostas no fundo
de baías formadas por platôs de erosão.
O Ilhéu de Fora é ainda mais baixo
e igualmente coberto de areias calcárias.
Geológicamente, as Selvagens são
ilhas oceânicas de origem vulcânica. Situam-se no topo da plataforma
marinha das Ilhas Canárias e nunca estiveram ligaas ao continente
africano. Na SG as escórias porosas que a formam foram-se separando,
tornando o terreno quebradiço, num piso de massa vitrificada e de
estrutura nicrolíca. O aspecto actual é de grande aridez, em que
dominam os cinzentos e castanhos basaltos compactos.
As Selvagens consituem uma importante
paragem no Atlântico para a nidificação de aves pelágicas marinhas.
No caso da cagarra ( Calonectris diomedea borealis), sem
dúvida o ex-libris das Selvagens, o seu efectivo populacional está
estimado em cerca de 45 000 aves, sendo 13 000 o número calculado
de casais reprodutores.
A Cagarra não é, no entanto, a ave
mais numerosa nas Selvagens. O Calcamar Pelagodroma marina hypoleuca,ave
silenciosa e dificilmente observada á luz do dia, forma uma colónia
com cerca de 19 000 casais. A Alma Negra Bulweria bulwerii,
o Roque de Castro Oceanodroma castro, e o Pintainho Puffinus
assimilis baroli, constituem as outras aves marinhas que também
nidificam nas Selvagens, embora em efectivos muito menos numerosos
do que os do calcamar ou da cagarra.
Se é verdade que o interesse da
Reserva Natural das Selvagens, é essencialmente ornitológico, o
património florístico lá patente não é menos importante. De entre
as cerca de 70 espécies que compõe o património florístico das Selvagens,
encontramos 8 taxa endémicos daquele sub-arquipélago: São os casos
por exemplo, da bela cila, Scilla madarensis Mnzs var. melliodora,
da estreleira, Argyranthemum thalassophilum, da lobulára,
Loburaria maritima var. rosula-venti, da figueira
do inferno Euphorbia desfolliata etc. Esta última é a hospedeira
de um grande escaravelho áptero, endémico do Ilhéu de Fora,Deucalion
oceanicus.
CQ9S Informações
sobre a expedição
Esta 2ª Expedição às Ilhas Selvagens,
sucede a 1ª Expedição, decorridos 15 anos.
Desde 1984, na altura com o indicativo
CR9SI, operado por CT3BD, CT3BM, CT3YA, CT3YF, CT3IV.
No próximo dia 3 de Julho a equipa
parte com destino às Ilhas Selvagens, começando a operar em princípio
no dia 4 de Julho. Nesta altura a equipa, sofreu grandes alterações
quer a nível logístico, quer a nível de membros, agora composta
por: CT3BD, CT3BM, CT3DL, CT3HK, CT3IA, e CT3KU, este último que
por motivos de trabalho não pode juntar-se a esta expedição.
Sendo aquele arquipélago, totalmente
isolado de tudo o que é "essencial", como por exemplo: Água, Luz,
Telefone, etc...a equipa teve que preparar-se quer a nível de abastecimento
de água, previstos aprox. 300lt., quer a nível de energia, sendo
que vai ser usado painéis solares e baterias.
Como enviar o
seu QSL para o CQ9S
A equipa entendeu que seria mais
"transparente" não aceitar qualquer tipo de "ajudas" financeiras
aquando do envio de QSL, logo se quiser confirmar o contacto estabelecido
com o CQ9S, deverá enviar única e exclusivamente 2 IRC´s, não
sendo aceite doláres.
Todos QSL´s devem ser enviados para:
Madeira
Team
Po.Box
19 - 9001-901 FUNCHAL
Ilha da
Madeira
Contactos nos
40 metros para Portugueses
Especialmente para os colegas portugueses,
o grupo achou por bem atribuir uma frequência, pois achamos que
existe muitos interessados no diploma do I.O.T.A., e, seria de uma
injustiça tremenda esses colegas não disfrutarem desta oportunidade
única. Muitas vezes acontece no meio de pile-ups, vermos portugueses
serem relegados para segundo plano, logo, para que isso não aconteça
resolvemos atribuir uma frequência nos 40 metros, mais precisamente
7.060 KHz.
Segundo a experiência vivida durante
a 1ª Expedição os colegas CT3BD e CT3BM, transmitiram-nos que seria
muito mais acessível estalecer contactos, quer com a Ilha da Madeira,
quer com Portugal Continental naquela banda, o que não invalida
outras bandas, desde que a progagação assim o permita.
Durante toda a operação a frequência
"principal" será 14.260 KHz, frequência normalmente utilizada nestes
eventos.
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