ROBERTO
LANDELL
DE MOURA
O PIONEIRO das TELECOMUNICAÇÕES
No BRASIL
...
...
TRIBUTO AO PADRE-CIENTISTA ROBERTO LANDELL
DE MOURA O PIONEIRO DAS TELECOMUNICAÇÕES Por Ivan Dorneles
Rodrigues A comunicação à distância, através
do telefone e do rádio, foi um marco na história da humanidade.
Sem esses inventos jamais se teria alcançado o desenvolvimento tecnológico
atual. Não haveria, por exemplo, o fax, a Internet, o telefone celular
e outras vantagens que a modernidade apresenta. O ilustre cientista brasileiro,
gaúcho, Padre secular Roberto Landell de Moura, foi um dos responsáveis
por essas facilidades. O genial inventor Padre-cientista Roberto Landell
de Moura nasceu em Porto Alegre, a 21 de janeiro de 1861, numa casa de
esquina da Rua de Bragança, hoje Marechal Floriano Peixoto, com
a atual Rua dos Andradas. O prédio onde nasceu Roberto Landell de
Moura foi construído em 1858 para a instalação, na
parte térrea, em 1º de julho do mesmo ano, do primeiro banco
de Porto Alegre, o Banco da Província, que começou a operar
com cinco funcionários. Após a mudança do Banco para
o seu novo local, se instalou na parte térrea a Farmácia
Central, que ali esteve até 1984. Na parte superior viveu por muito
tempo a família Landell de Moura. Esse prédio foi demolido
em 1987. Foi batizado, conjuntamente com sua irmã Rosa, a 19 de
fevereiro de l863, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, que anos
mais tarde viria a ser seu vigário. Roberto Landell de Moura era
o quarto de quatorze irmãos, sendo seus pais o Sr. Ignácio
José Ferreira de Moura e Sara Marianna Landell de Moura, ambos descendentes
de tradicionais famílias rio-grandenses, com ascendência portuguesa,
por parte paterna e escocesa, pelo lado materno. Seu avô materno
era o médico escocês Robert Landell, diplomado na Universidade
de Oxford, Inglaterra. Roberto Landell de Moura estudou com o pai as primeiras
letras. Frequentou a Escola Pública do Professor Hilário
Ribeiro, localizada no bairro Azenha, entre a antiga Ponte de Pedra e a
embocadura do Campo da Redenção. A Escola ficava num alto,
rodeada de velhas laranjeiras, dando ao sítio um aspecto rigoroso
e pitoresco. Em 02 de fevereiro de 1872, Roberto Landell de Moura e seu
irmão Ignácio ingressam no Colégio Jesuíta
de Nossa Senhora da Conceição, de São Leopoldo, Rio
Grande do Sul, onde ambos concluíram o curso de Humanidades em 10
de outubro de 1873. O Colégio Nossa Senhora da Conceição,
fundado pelo Padre Guilherme Página 2 de 18Feldhaus, começou
a funcionar em 31 de julho de 1869, sendo seu derradeiro ano letivo o de
1912. Naquela época era o estabelecimento de ensino mais importante
do Estado. A seguir entrou para o Colégio Gomes, fundado pelo Professor
Fernando Ferreira Gomes, localizado na Rua Duque de Caxias, 185, que funcionou
na segunda metade do século XIX, em regime de internato, ministrando
o Curso de Instrução Primária e o Curso Completo de
Preparatórios, que era o Curso Secundário. Roberto Landell
de Moura prestou exames em novembro e dezembro de 1874 e foi habilitado
para cursar em 1875 o 1º ano de Francês e de Gramática
Portuguesa e o 2º ano de Alemão do Curso Secundário.
Seu irmão Ignacio Landell de Moura também prestou exames
nesta oportunidade e foi habilitado para cursar o 1º ano de Francês,
também do Curso Secundário. O Colégio Gomes foi o
primeiro no Rio Grande do Sul que teve um curso completo de preparatórios.
Era a escola mais conceituada de seu tempo, tendo passado por seus bancos
escolares praticamente toda a elite política do Rio Grande do Sul
que se destacaria no final do século XIX e início do século
XX. Era a maior escola da cidade de Porto Alegre, com 176 alunos. Em dezembro
de 1876 o emérito professor Fernando Ferreira Gomes, devidos à
incômodos de família que necessitava de descanso depois de
uma lida trabalhosa de 20 anos, resolveu fechar o Colégio que funcionava
em regime de Internato, o Curso de Instrução Primária
e o Curso Secundário que era o curso de Preparatórios, permanecendo
somente com o curso de instrução primária, agora não
mais como internato e, a tarde, ministrando aulas particulares de preparatórios.
Após Roberto Landell de Moura transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Em companhia do seu irmão Guilherme, seguiu para Roma, matriculando-se
ambos a 22 de março de 1878 no Pontifício Colégio
Pio Latino-Americano. Simultaneamente cursou a Pontifícia Universidade
Gregoriana, como aluno de Física e Química. A Universidade
Gregoriana foi fundada por S. Inácio de Loiola em 1551 como Collegium
Romanum. Gregório XIII, eleito Papa em 13 de maio de 1572, o elevou
à qualidade de Universidade Papal, com o nome de Universidade Gregoriana.
Foi nesta Universidade, regida pelos padres jesuítas que Roberto
Landell de Moura fez seus estudos de Física e Química. Foi
ordenado padre secular em 28 de outubro de 1886, celebrando a sua primeira
missa nesse mesmo dia. Desligou-se do Pontifício Colégio
Pio Latino-Americano a 29 de dezembro do mesmo ano. O Padre Roberto Landell
de Moura retornou ao Rio de Janeiro, vindo de Roma, no vapor Senegal, chegando
no dia 07 de fevereiro de 1887, passando a Página 3 de 18residir no Seminário
São José. Substituiu o coadjutor do capelão do Paço
Imperial, por motivo de enfermidades. Reza sua primeira missa na Igreja
do Outeiro da Glória para Dom Pedro II e toda sua corte. Em função
disso, manteve palestras de caráter científico com Dom Pedro
II, expondo suas ideias sobre transmissão do som e da imagem ao
Imperador. A 20 de fevereiro de 1887 retornou ao Rio Grande do Sul e a
28 de fevereiro do mesmo ano foi nomeado, pelo bispo Dom Sebastião
Dias Laranjeira, capelão da Capela Nosso Senhor Jesus do Bom Fim,
onde permaneceu por um ano, e professor de História Sagrada Eclesiástica
no Seminário Episcopal da Madre de Deus de Porto Alegre. A 27 de
junho de 1891 foi provisionado vigário encomendado da Paróquia
de Santana na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, onde permaneceu
até o dia 31 de outubro do mesmo ano. Vigário Encomendado
é o vigário contratado para suprir as necessidades da paróquia,
administrava as paróquias em caráter interino, sem titulação,
podia ser transferido pelo Bispo. Com a criação da Diocese
de Uruguaiana, no dia 15 de agosto de 1910, pela bula “Praedecessorum Nostrorum”,
do Papa Pio X, a Paróquia tornou-se Catedral de Santana. Em 1892
foi transferido para o Estado de São Paulo, assumindo a paróquia
de Santos, litoral paulista, por nomeação do bispo Dom Lino
Deodato Rodrigues de Carvalho. De 28 de outubro de 1894 a 19 de dezembro
de 1896, o governo da Diocese nomeou o Padre Roberto Landell de Moura como
pro-pároco na antiga Igreja Matriz de Santa Cruz, hoje Igreja do
Carmo, em Campinas, Estado de São Paulo, substituindo o cônego
Scipião F. Goulart Junqueira, já então bastante idoso.
Simples substituto, Padre Landell não quis em sua gestão,
tomar iniciativas de vulto. Em matéria de melhoramentos do edifício
da matriz, limitou-se a mandar dourar o púlpito, as tribunas e todos
os altares. Aproveitando uma rápida aparição do Cônego
Scipião em Campinas, inaugurou aquelas obras em fins de 1896. A
4 de janeiro de 1897 tomou posse um novo pro-pároco na Igreja Matriz
de Santa Cruz, o Padre Manoel Ribas d’Ávila. Tendo falecido o Cônego
Scipião, a 6 de fevereiro do mesmo ano, foi o Padre Ribas nomeado
vigário encomendado de Santa Cruz. Conforme Portaria de 2 de março
de 1898, Padre Roberto Landell de Moura foi nomeado pároco da paróquia
de Santana, na cidade de São Paulo, tomando posse no dia 6 do mesmo
mês e foi provisionado no dia seguinte. Quatro meses depois, outra
portaria designou-o também “fabriqueiro” (tesoureiro) da paróquia
de Santana e zelador da capela de Santa Cruz. Foi capelão do Colégio
Sagrado Coração de Maria, que posteriormente passou a Página 4 de 18chamar-se Colégio
Santana. Padre Landell foi novamente provisionado, na paróquia de
Santana, em 8 de fevereiro de 1899 e também em 28 de fevereiro de
1900. Lá ficaria até outubro de 1900, quando pediu exoneração.
No livro tombo da paróquia ele não deixou nenhuma linha escrita.
Aparecem apenas o registro de sua exoneração e a nomeação
do substituto, padre Braz Joaquim Mercadante (3 de outubro), que tomou
posse no dia 14 de outubro. Em dezembro de 1899, o Padre Roberto Landell
de Moura, então vigário de Sant’Anna, estava construindo
um grandioso prédio que denominou de “A Polymathica”. O prédio
abrangeria quatro edifícios ligados entre si: um Internato, um Externato,
um Grêmio e a Proletária. O Internato teria por fim receber
as filhas das famílias abastadas da sociedade, onde lhes seria ministrada
uma educação completa; a Proletária acolheria as filhas
dos operários, dos artistas, dos pobres, que aprenderiam os trabalhos
e prendas domésticas em relação com o seu estado;
o Externato receberia as filhas dos pobres e as filhas dos ricos, que não
quiserem ser internas; o Grêmio seria finalmente um lugar de refúgio
para as jovens e senhoras piedosas que não se sentem com vocação
para a vida religiosa, mas que não querem viver no mundo, preferindo
um abrigo em que possam prestar serviços e levar uma existência
mais de conformidade com os conselhos Evangélicos. O Rvmo. Padre
Dr. Roberto Landell de Moura, ao tomar posse na freguesia de Sant’Anna,
encontrou o Internato dirigido sabiamente pelas irmãs da benemérita
congregação de São José de Chambery e que dirigiriam
“A Polymathica”. Ao lado deste edifício do Internato, na parte mais
elevada da freguesia de Sant’Anna, Padre Landell iniciou as obras para
os outros três edifícios. As obras foram orçadas em
200 contos e não foram concluídas por insuficiências
de doações. Quando da sua permanência no Estado de
São Paulo, em 1899, Padre Landell inventou e montou um aparelho
que denominou de Telephoro, que consistia de um transmissor e receptor,
transmitindo a fonia, a voz humana a cerca de 7.000 m de distância,
sem a utilização de fios. O jornalista José Rodrigo
Botet testemunhou a experiência e escreveu a respeito no jornal Diário
Español, de São Paulo. Em 14 de junho de 1899, o Jornal do
Commercio do Rio de Janeiro, na capa, noticia as experiências realizadas
pelo Padre Roberto Landell de Moura com seus aparelhos denominados Telephoro.
Jornal do Commercio – 14.06.1899 – Página 1 Página 5 de 18O TELÉFORO O “Diário
Hespanhol”, depois de várias considerações sobre o
telégrafo sem fio e de citar diversas experiências com feliz
resultado, diz o seguinte em artigo sob o título supra: “Enquanto
essas colossais conquistas têm lugar no velho mundo, vejamos as que
na mesma ordem de progressos alcançam os preclaros talentos americanos,
filhos deste fecundíssimo Brasil. O Rev. Padre R. Landel tem a mesma
linha máxima de partida que os inventores europeus, mas difere quanto
aos aparelhos de emissão recepção e outros agentes
que entram por muito na facilidade de construção e funcionamento
dos seus diferentes mecanismos. O Padre Landell já conseguiu transmitir
a palavra a uma distância maior de sete mil metros, servindo-se do
éter, das correntes telúricas e do ar eletrizado; o aparelho
transmissor, porém, colocado no ponto de partida, como o receptor
no ponto de chegada, são, repetimos, inteiramente distintos dos
das invenções européias, e mais, não emprega
tubos de cristal, nem limaduras metálicas de espécie alguma
em seu maravilhoso trabalho. Os mecanismos de que usa recolhem a voz e
lançam através do espaço em uma direção
determinada, seguindo invariavelmente o caminho mais curto que medeia entre
o transmissor e receptor, isto é, uma linha inteiramente reta, seja
qual for o estado atmosférico no instante em que se verifica a transmissão.
Nas diversas experiências executadas recentemente notou o inteligente
inventor, que a zona que à mercê das vibrações
do éter percorre o som articulado, se vai alargando à medida
que se aproxima do receptor, de modo que, colocando-se vários desses
receptores dentro do mesmo campo de recepção, alguns metros
separados uns dos outros, todos eles recebem ao mesmo tempo com a mesma
clareza a palavra transmitida. Deste resultado, que se saiba, não
o obteve sábio algum, nem no velho nem no novo mundo, cabe ao padre
Landell toda a glória da invenção. Para tal alcançar
não se pense que o infatigável homem de ciência foi
de um salto, há muitos anos que faz experiências e estuda
metodicamente, entregando-se inteiramente à construção
do triunfo que acaba de conseguir, sujeito por certo às leis da
mais esquisita precisão, das quais fez nascer o seu pequeno aparelho
transmissor e o seu pequeníssimo receptor. Como trabalho, um e outro
são notáveis, como se compreenderá do seguinte: Colocado
o aparelho transmissor em um compartimento qualquer junto a uma janela
aberta, em frente da qual e a seis ou sete mil metros de distância
esteja colocado ao ar livre o receptor, poderão falar duas pessoas
como se estivessem a um metro de distância uma da outra. Como se
explica essa surpreendente operação? Eis o que diz o inventor: Página 6 de 18‘ O aparelho transmissor
recolhe a palavra pronunciada com toda a naturalidade. Em virtude da especialidade
de sua construção, imprime-lhe a força suficiente
para que o fluído etérico, que constantemente invade o dito
aparelho e que está unido por invisível e elástica
cadeia com o receptor posto a seis ou sete mil milhas a distância,
de vibração em vibração, aumentando estas de
poder e de rapidez à proporção que a palavra ou o
som se afastam do ponto de partida, transpõe-se a referida distância
com a ligeireza do pensamento, isto é, o éter serve no caso
presente da mesma forma que antes servia o fio de metal, como condutor
da linguagem telegráfica, com esta diferença, o fio metálico
aprisiona a eletricidade dentro de uma zona limitada a seu próprio
diâmetro na trajetória que percorre, entretanto que a onda
sonora ou a palavra transmitida, servindo-lhes de veículo condutor
o éter, as correntes telúricas e o ar eletrizado, ao passar
do transmissor ao receptor, estabelece em redor da reta invisível,
em que se apóia um campo largo em ativa vibração,
cujas dimensões aumentam, como antes dissemos, à medida que
se vai aproximando do plano de recepção.” No dia 3 de junho
de 1900, no alto de Santana, cidade de São Paulo, Roberto Landell
de Moura realizou mais uma experiência particular, com vários
aparelhos de sua invenção, presenciada pelo Cônsul
Britânico em São Paulo, Sr. Percy Charles Parmenter Lupton,
autoridades brasileiras, povo e vários capitalistas paulistanos.
Estas experiências foram registradas pela imprensa da época.
O Jornal do Commércio do Rio de Janeiro, no dia 10 de junho, na
página 2, noticiou: “No domingo próximo passado, no Alto
de Sant´Ana, cidade de São Paulo, o padre Roberto Landell
fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua
invenção, no intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas
no estudo da propagação do som, da luz e da eletricidade,
através do espaço, da terra e do elemento aquoso, as quais
foram coroadas de brilhante êxito. Estes aparelhos eminentemente
práticos, são como tantos corolários, deduzidos das
leis supracitadas. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, o Sr.
P. C. P. Lupton, representante do Governo Britânico, e sua família.”
Tratava-se do primeiro registro sobre a transmissão da fonia por
ondas eletromagnéticas e ondas luminosas, feito pela imprensa, de
que se tem notícias. Guglielmo Marconi que também vinha se
dedicando a essas experiências, centrou seu trabalho na telegrafia
sem fio e só se ocupou com a transmissão da fonia, áudio,
em 1914, quando realizou os primeiros experimentos de radiotelefonia, na
cidade de Spezia, sobre o navio “Regina Página 7 de 18Elena”, conseguindo transmitir
a palavra a 71 quilômetros. Em virtude de brilhante êxito de
suas experiências inéditas, em nível mundial, Roberto
Landell de Moura obteve uma patente brasileira para um “aparelho destinado
à transmissão phonética à distância,
com fio ou sem fio, através do espaço, da terra e do elemento
aquoso”, patente nº. 3.279. Era o dia 09 de março de 1901.
O mérito do Padre Landell é ainda maior se considerarmos
que desenvolveu tudo sozinho. Era dessas pessoas que além do seu
lado místico, integrava em sua personalidade o gênio teórico
e o lado prático para a construção de seus aparelhos.
Ele era o cientista, o engenheiro e o operário ao mesmo tempo. Consciente
de que suas invenções tinham real valor, o padre Landell,
no dia 14 de junho de 1901, partiu no vapor Piemonte com destino à
Itália e daí para a França, e em agosto desse mesmo
ano para os Estados Unidos da América, em excursão científica,
três meses depois de ter conquistado a patente brasileira. Nos Estados
Unidos passou a residir no distrito de Manhattan, em Nova York, onde instalou
seu gabinete. A Igreja Católica, reconhecendo e apoiando o seu trabalho
como cientista, concedeu-lhe permissão especial para viajar aos
Estados Unidos da América, onde permaneceu por quatro anos para
patentear seus inventos. Obtém três patentes no The United
States Patent Office, em New York, Estados Unidos: “Transmissor de Ondas”
- precursor do rádio, a 11 de outubro de 1904, patente de nº.
771.917; “Telefone sem fio” e “Telégrafo sem fio”, a 22 de novembro
de 1904, patentes de nº s . 775.337 e 775.846. Nas patentes agrega
vários avanços técnicos como transmissão por
ondas contínuas, por meio da luz, princípio da fibra óptica
e por ondas curtas; e a válvula de três eletrodos, peça
fundamental no desenvolvimento da radiodifusão e para enviar mensagens.
Ainda nos Estados Unidos, o Padre Roberto Landell de Moura, em 20 de agosto
de 1904, traçou um projeto de transmissão de imagens à
distância, que denominou “The Telephotorama” (a história oficial
diz que, em 1926, o escocês John Logie Baird fez a primeira demonstração
pública do que se poderia chamar de televisão). Quando retornou
ao Estado de São Paulo em 1905, assumiu as Paróquias de Botucatu,
Mogi das Cruzes e Caconde. De março a novembro de 1905, foi vigário
da paróquia de Botucatu, no interior de São Paulo, a convite
do bispo Dom José Camargo de Barros. Em 15 de dezembro de 1905,
Padre Roberto Landell de Moura solicitou à Câmara dos Deputados
de São Paulo, atual Assembleia Legislativa, através de uma
petição escrita de próprio punho, um auxílio
pecuniário afim de Página 8 de 18prosseguir nos estudos
tendentes a por em prática os seus sistemas de telegrafia e telefonia,
que foi lida na sessão da Câmara dos Deputados do dia 16 de
dezembro de 1905. Landell juntou à petição três
pareceres, com tradução juramentada, de uma comissão
de peritos americanos, nomeados propositalmente para emitir o seu juízo
sobre o útil, prático e comercial de seus inventos. Também
juntou recortes do jornal A Platéa, ref. aos dias 22 e 25 de março
de 1905 e do New York Herald do dia 12 de outubro de 1902. A Câmara
dos Deputados de São Paulo através da Comissão de
Fazenda e Contas, em de 20 de julho de 1906, emitiu o Parecer Nº 3,
sobre dez petições, sendo a do Padre Landell a quarta, alegando
que “uns foram atendidos e outros perderam a sua oportunidade”, deu o parecer
“que sejam todos arquivados”. O Parecer Nº 3 é assinado pelos
Srs. U. Herculano de Freitas, Manuel A. de Gusmão e Veiga Filho.
Esse material está no Acervo Histórico da Assembleia Legislativa
de São Paulo. Landell, mesmo usando argumentos patrióticos,
não conseguiu sensibilizar os parlamentares. Na Petição
de auxílio pecuniário também não especificou
a importância que necessitaria para produzir e comercializar suas
invenções. E assim perdemos a oportunidade de entrar para
a História. Em 19 de abril de 1906, foi nomeado, oficialmente, pároco
na cidade de Mogi das Cruzes, também no interior de São Paulo,
tomando posse às 11 horas do dia 22 de abril de 1906, substituindo
o Padre José Antonio de Rezende, permanecendo até abril de
1907. No livro tombo da paróquia de Mogi das Cruzes não há
qualquer menção ao período em que Padre Landell foi
vigário. Cita-se apenas a sua substituição, mas como
tendo ele solicitado a exoneração. O jornal A Vida noticiou,
em 24 de março de 1907, que ele pediria exoneração
do cargo de vigário da paróquia. O padre Braz Joaquim Mercadante
tomou posse no cargo de vigário da paróquia de Mogi das Cruzes
em 7 de abril de 1907. Também em 1907, o Padre Landell de Moura,
sob a designação de “O Perianto”, descrevia minuciosamente
os efeitos eletro-luminescentes da aura humana e animal e sua gravação
em filme fotográfico (processo fotográfico que revelou que
todos os corpos são circundados por halos de energia luminosa colorida).
Em 1894 Fernando Sanford discutiu em um trabalho publicado pela Physical
Review uma técnica de fotografia elétrica, que ele desenvolveu
a partir de 1891. As imagens que ele publicou no trabalho estão
claramente mostrando algumas bordas nos objetos que ele fotografou. Vários
anos depois, as bordas que apareceram na fotografia elétrica foram
reconhecidas como o “efeito Kirlian”. Ao contrário de Kirlian, Sanford
fez o seu melhor para Página 9 de 18reduzir essas bordas,
melhorando o dispositivo, mas perdendo o “efeito Sanford”. Em 1939 esse
efeito foi conhecido, na Rússia, sob a denominação
de “efeito Kirlian”. O Padre Roberto Landell de Moura deixou minuciosos
relatos dos efeitos da acumulação da eletricidade no comportamento
do corpo humano, denominando-os “estenicidade”, e suas formas de controlá-los.
Padre Landell ficaria uns tempos em São Paulo, sem ter definição
para onde ir. Hospedou-se no Hotel Albion, na rua Santa Ifigênia,
zona central da cidade. Esteve em Tambaú, depois voltou à
capital paulista. Há pouco chegado de São Paulo, em 01 de
janeiro de 1908, pela manhã, o Padre Roberto Landell de Moura celebrou
uma missa de ano novo na Capela do Espírito Santo, com extraordinária
assistência. Após o ato religioso, o ilustre sacerdote, que
era também um excelente orador, deliciou os ouvintes com eloquente
oração, alusivo à data que então se comemorava.
O pequeno templo ficou inteiramente repleto, sendo o côro, como de
costume, ocupado por distintas senhoritas. Durante a missa fez-se também
ouvir a banda musical da Escola de Guerra, que se apresentou com o seu
vistoso 1º uniforme. Em 2 de julho de 1908 foi nomeado vigário
encomendado da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição
de Caconde pela portaria de Dom Duarte Leopoldo e Silva, Bispo de São
Paulo, tomando posse a 19 do mesmo mês. Atendia também uma
capela de Tapiratiba, cidades vizinhas, que pertencia, na época,
a Diocese de Ribeirão Preto. Naquela época, Tapiratiba era
uma vila, um núcleo rural, que pertencia a Caconde. A Paróquia
de Nossa Senhora da Conceição de Caconde estava no território
municipal de mais de 500 quilômetros quadrados de extensão,
possuindo mais de 40 comunidades rurais, com seus núcleos organizados
e funcionando satisfatoriamente. Padre Roberto Landell, ainda em Caconde,
a 08 de setembro de 1908, benzeu a centenária Capela de Nossa Senhora
da Aparecida. Padre Landell era muito querido em Caconde e em 20 de setembro
de 1908 autoridades locais representaram a Dom Duarte Leopoldo e Silva,
pedindo que o vigário não fosse removido para o Rio Grande
do Sul. Um documento com 82 assinaturas, entre as quais a do prefeito,
presidente da Câmara, vereadores, juiz de Direito, comerciantes e
fazendeiros e povo em geral foi entregue ao bispo. Em 27 de setembro de
1908 Padre Landell pede demissão, permanecendo até o dia
14 de outubro, quando retorna para o Rio Grande do Página 10 de 18Sul. Vindo de São
Paulo, no Paquete Venus, chegando no dia 15 de outubro de 1908 em Porto
Alegre, assume a Paróquia do Menino Deus no dia 18 de outubro do
mesmo ano, permanecendo até 31 de dezembro de 1914. O Cônego
Roberto Landell de Moura, por ocasião do falecimento da Sra. Alice
Duarte Villanova, esposa do Capitão Fausto de Azambuja Villanova,
celebrou, no dia 17 de março de 1911, na Igreja do Menino Deus,
os atos de encomendação e sepultamento. A Banda de Música
da Brigada Militar executou, durante às cerimônias, marchas
fúnebres. No dia 18 de dezembro de 1911, Padre Roberto Landell de
Moura celebrou as cerimônias de encomendação do seu
sobrinho Roberto, falecido no dia anterior, filho do seu irmão o
médico militar Dr. Ignácio Landell de Moura. Em 05 de janeiro
de 1913, às 18 horas, por ocasião da inauguração
do Jardim Zoológico Villa Diamela de Porto Alegre, fundado e mantido
pelo Sr. Juan Ganzo Fernandes no arrabalde do Menino Deus, monsenhor Octaviano
Pereira de Albuquerque, vigário geral, representando o arcebispo
D. João Becker, ajudado pelo cônego Dr. Roberto Landell de
Moura e pelos padres Ildefonso Penalba e Antonio Berenguer, de cima de
uma das pontes que dava passagem por sobre o lago que embelezava o parque,
lançou a benção católica sobre o Jardim Zoológico.
Padre Roberto Landell de Moura, em substituição ao Padre
Joaquim Cacique de Barros, que havia falecido, assumiu, por algum tempo,
a presidência do Asilo de Santa Thereza, que posteriormente passou
a chamar- se Sociedade Humanitária Padre Cacique (Asilo Padre Cacique),
com sede própria na Avenida Padre Cacique, 1178, em Porto Alegre.
Em 31 de agosto de 1913, Padre Roberto Landell de Moura aperfeiçoa
seu projeto de transmissão da imagem à distância, agora
dando o nome de Televisão. O caderno com estas anotações
faz parte do acervo do pesquisador Ivan Dorneles Rodrigues. Isto permite
concluir que o Padre Landell estava, pelo menos, caminhando para um processo
de transmissão e recepção da imagem, ou seja, da televisão.
Ele também é precursor da referida invenção.
Em janeiro de 1914, em Porto Alegre, foi criada a Faculdade de Medicina
Homeopática do Rio Grande do Sul, com sede na Rua Riachuelo, n°
301. A Faculdade ministrava os cursos de medicina e farmácia. Entre
os Página 11 de 18primeiros “professores
catedráticos doutores”, estavam os irmãos Dr. João
Landell de Moura, farmacêutico laureado e doutor em medicina, e o
Padre Doutor Roberto Landell de Moura. Dr. João Landell de Moura
era formado pela Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre,
tendo colado grau em 20 de dezembro de 1904. Na inauguração
da Faculdade de Medicina Homeopática do Rio Grande do Sul, ocorrida
a 02 de março de 1914, o Rev. Dr. Roberto Landell de Moura fez eloquente
discurso baseado na “lei dos similares”, tomando por tema os princípios
“contraria contrariis curantur” e “similia similibus curantur”. Inicialmente,
na Faculdade de Medicina Homeopática do Rio Grande do Sul, foram
matriculados mais de cem alunos, incluindo, entre eles, médicos,
dentistas, farmacêuticos, advogados, engenheiros e oficiais de diversas
patentes do Exército. No entanto, no mesmo ano de fundação
da instituição, Ignácio Capistrano Cardoso, membro
da diretoria, pediu exoneração por discordar da apresentação
de um projeto que previa um ordenado para os membros da diretoria, o que
ia de encontro aos estatutos estabelecidos. Conforme havia sido acordado,
nenhum membro da diretoria ou do corpo docente teria ordenado ou vencimento
durante o primeiro ano de funcionamento da Faculdade. Com seu afastamento,
a instituição deixou de ter uma orientação
homeopática, tornando-se eclética. Segundo Sabino Menna Barreto
(1944), a partir deste desentendimento o corpo docente se dividiu, provocando
a cisão da instituição em duas: Faculdade de Ciências
Médicas e Escola Médico-Cirúrgica de Porto Alegre,
sendo que nenhuma das duas era constituída por homeopatas. A prática
da homeopatia, a seu ver, ficou restrita aos centros espíritas.
Em 1915, contudo, se teve notícia de uma nova iniciativa de Ignácio
Capistrano Cardoso, que teria conseguido fundar uma enfermaria homeopática
no Hospital da Brigada Militar do Estado. A Escola Médico-Cirúrgica
de Porto Alegre, criada em fevereiro de 1915, acabou por absorver os alunos
da Faculdade de Medicina Homeopática. A 6 de janeiro de 1915, substituindo
o Monsenhor Dr. Luiz Mariano da Rocha, escolhido para Vigário Geral
da Arquidiocese, assumiu as funções de vigário da
Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, onde
permaneceu até sua morte. A 07 de junho de 1916, Roberto Landell
de Moura foi nomeado Cônego Capitular, Penitenciário do Cabido
Metropolitano de Porto Alegre pelo Exmo. Sr. Arcebispo Metropolitano. Cônego
é uma dignidade eclesiástica; religioso que vive segundo
um Cânon, Regra, Instituto monástico. Cabido é uma
congregação, um colégio dos cônegos de uma catedral. Página 12 de 18Em 1919, o Cônego
Roberto Landell de Moura escreveu o livro Apontamentos de Psychologia,
impresso como manuscrito pela Imprensa Mercúrio, Rua Andrade Neves,
92, em Porto Alegre-RS. Foi sócio-fundador do Instituto Histórico
e Geográfico do Rio Grande do Sul, fundado a 5 de agosto de 1920,
que tem sede própria na Rua Riachuelo, 1317, em Porto Alegre, Rio
Grande do Sul, onde estão guardados seus cadernos, anotações
e patentes. O Instituto possui um busto do Monsenhor Roberto Landell de
Moura, esculpido em bronze, pelo escultor gaúcho Marcelo Rosales,
atualmente residindo em Florença, Itália. No ano de 1922
expirou o prazo de dezessete anos, estipulado pela lei norte-americana
para a reserva de direito de invenção, abrindo-se assim o
caminho para a livre fabricação nos Estados Unidos dos aparelhos
inventados pelo padre brasileiro. A 17 de setembro de 1927 foi elevado,
pelo Vaticano, a Monsenhor, e seis meses antes de falecer nomeado Arcediago,
promoções que lhe foram feitas merecidamente. Monsenhor Roberto
Landell de Moura era um inveterado fumante e os cigarros de sua preferência
era os da Marca Veado, na época, fabricados no Rio de Janeiro. Aos
67 anos de idade, no dia 30 de junho de 1928, sábado, às
17h45min, faleceu placidamente, abatido pela tuberculose, no Hospital Beneficência
Portuguesa de Porto Alegre, com todos os sacramentos da Igreja, cercado
por seus parentes e alguns amigos fiéis e devotados, assistido,
nos seus últimos momentos, pelo senhor Arcebispo Metropolitano Dom
João Becker, que lhe ministrou os últimos sacramentos. O
Monsenhor João Emílio Berwanger, pró-vigário
geral, celebrou, no domingo, dia 1º de julho, pela manhã, na
Capela da Beneficência, missa de corpo presente. Em caráter
solene, na Catedral Metropolitana, às 15 horas, foi celebrada a
encomendação, tendo presidido as cerimônias o arcebispo
Dom João Becker, secundadas pelos Monsenhores João Emílio
Berwanger, João Maria Balém, José Barea e Nicolau
Marx, e assistidas por todos os cônegos do Cabido Metropolitano.
O “Libera-me Domine” foi cantado com o acompanhamento de todo o clero secular
e regular da arquidiocese. O templo estava repleto de fiéis e lá
fora, uma chuva torrencial. Além das ciências físicas,
Roberto Landell de Moura se interessou pela química, biologia, botânica,
psicologia, parapsicologia e medicina, sendo o primeiro cientista brasileiro
com registro internacional de invenção pioneira. Suas descobertas
estão servindo à humanidade até hoje. O Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento - CPqD, em Campinas, Estado de São Paulo,
que abriga os laboratórios de eletrônica da UNICAMP e Página 13 de 18algumas indústrias
eletrônicas, considerando que o Padre Roberto Landell de Moura desenvolveu
grande parte de seus inventos em Campinas, batizou seu centro de pesquisas
com o nome do Padre Roberto Landell de Moura. No Rio Grande do Sul, em
Porto Alegre, é nome de escola. Patrono da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Monsenhor Roberto Landell de Moura, fundada em março
de 1958, sito na Rua José Gomes, 400, bairro Tristeza. A 6 de maio
de 1967, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foi criada a Fundação
Educacional e Cultural Padre Landell de Moura - FEPLAM, organização
não governamental, embora de caráter público. Foi
batizada com o nome do Padre-cientista como homenagem ao grande homem de
ciência, Precursor da Telecomunicação. Sua sede está
situada na Avenida Ipiranga, 3501. Na cidade de Bento Gonçalves,
Rio Grande do Sul, é nome de colégio. A 12 de fevereiro de
1975, foi inaugurado, na Avenida Presidente Costa e Silva, 787, bairro
Planalto, o Colégio Estadual Landell de Moura. O Colégio
Estadual Landell de Moura possui o Grupo Escoteiro Landell de Moura - 192.
O Grupo foi fundado através do programa “Escotismo nas Escolas”,
do Governo do Estado, a 20 de setembro de 1986. Por seu pioneirismo nas
telecomunicações, o Egrégio Conselho Federal da Liga
de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão - LABRE, entidade
que congrega os radioamadores brasileiros, em reunião realizada
a 25 de setembro de 1981, em Brasília-DF, elegeu o Padre-cientista
Roberto Landell de Moura como “Patrono dos Radioamadores do Brasil”. Na
verdade foi o 1º radioamador brasileiro em telegrafia e fonia. Na
Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão - LABRE/SP,
em sua sede própria, na Rua Dr. Miguel Vieira Ferreira, 345A, Tatuapé,
São Paulo-SP, encontra-se o busto do Padre-cientista Roberto Landell
de Moura, doação dos radioamadores portugueses para os colegas
brasileiros, uma escultura em bronze de aproximadamente 80 kg., e uma placa
também em bronze com os dizeres: Pe. Roberto Landell de Moura Serviu
a Deus e a Ciência Precursor da Telefonia e Telegrafia sem fios Patrono
dos Radioamadores do Brasil 21.01.1861 - 30.06.1928 Primeiramente, a 20
de setembro de 1983, o busto foi inaugurado na Página 14 de 18Avenida Paulista, sob
o grande vão do MASP. O local era bem apropriado porque foi na Avenida
Paulista que ele realizou uma de suas mais importantes experiências
públicas. O busto apresenta uma certa feição portuguesa,
evidência de que foi esculpido em Portugal. Foi trazido de Portugal
por um grupo de radioamadores portugueses do Departamento de Rádio
Emissão Padre Landell de Moura - DREPLAM do Elos Club do Porto,
encabeçada por Arnaldo Nascimento - CT4QI. Em 5 de novembro de 2001,
nas comemorações do Dia do Radioamador, foi definitivamente
instalado na sede da LABRE/SP. Em 1984 a Fundação de Ciência
e Tecnologia - CIENTEC, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, construiu uma
réplica daquele que pode ser considerado o primeiro aparelho de
rádio do mundo: o Transmissor de Ondas (Wave-Transmitter, patente
nº. 771.917, de 11 de outubro de 1904). Esta réplica encontra-se
em exposição no saguão da Fundação Educacional
e Cultural Padre Landell de Moura - FEPLAM, na Avenida Ipiranga, 3501,
em Porto Alegre-RS. Em 1986, para homenagear e promover o nobre apostolado
da Comunicação Social, o então Bispo Diocesano de
Santa Maria Dom José Ivo Lorscheiter instituiu o Prêmio “Landell
de Moura”. O mesmo é conferido anualmente por ocasião do
“Dia das Comunicações Sociais” à pessoa ou empresa
que, no campo da Comunicação Social e no Âmbito dos
Municípios da Diocese de Santa Maria, alcançar especial benemerência
na promoção e defesa dos valores humanos e cristãos,
bem como na educação comunitária. O Prêmio leva
o nome “Landell de Moura” em homenagem ao gaúcho Padre Roberto Landell
de Moura (1861-1928), um dos cientistas brasileiros que tinha os olhos
voltados para o futuro, e que através de seus experimentos e descobertas
foi um pioneiro da radiotransmissão e chegou até a projetar
a TV. No Estado de São Paulo, a 16 de julho de 1992, pela Lei nº.7.957,
assinada pelo Governador Luiz Antônio Fleury Filho, foi instituída
oficialmente a “Semana Padre Roberto Landell de Moura”, a ser comemorada
todos os anos, de 5 a 11 de novembro. Nas comemorações do
1º Centenário da bem sucedida experiência pública
do Padre Roberto Landell de Moura, acontecida em 1893, foi inaugurado,
a 7 de junho de 1993, às 16h30min, na cidade de Santa Maria-RS,
em frente ao Santuário de Nossa Senhora Medianeira, um monumento
em sua homenagem. O Prefeito Municipal de Porto Alegre-RS, Sr. Raul Pont,
a 11 de outubro de 1999, sancionou a Lei nº. 8.355, autorizando o
Executivo Municipal a erigir um busto em homenagem ao Padre-cientista Roberto
Landell de Moura, no Belvedere Deputado Rui Ramos, no bairro Santa Página 15 de 18Tereza. A 3 de novembro
de 1999, o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Ilustríssimo
Sr. Olívio Dutra, sancionou a Lei nº. 11.384, instituindo a
“SEMANA PADRE LANDELL DE MOURA”, a ser comemorada de 24 a 30 de setembro
de cada ano. A Semana terá como motivo reverenciar a memória
do Padre-cientista Roberto Landell de Moura. A 15 de maio de 2008, o Prefeito
Municipal de Porto Alegre José Fogaça sancionou a Lei nº
10.438, denominando a Rua Padre Roberto Landell de Moura, no bairro Hípica,
Projeto de Lei da Vereadora Clênia Maranhão (PLL nº 193/07),
homenageando o sábio inventor portoalegrense. A Lei nº. 8355,
Lei nº. 11.384 e a Lei nº 10.438 foram elaboradas atendendo a
solicitação do pesquisador e radioamador Ivan Dorneles Rodrigues
- PY3IDR, autor do livro “Brasileiro, Gaúcho, Um Gênio Diferente:
Landell de Moura”, editado pela CORAG - Companhia Rio- grandense de Artes
Gráficas, Imprensa Oficial do Estado do Rio Grande do Sul. Como
justa homenagem ao ilustre inventor gaúcho, o Exército Brasileiro
concedeu a denominação histórica de “Centro de Telemática
Landell de Moura” ao 1° Centro de Telemática de Área,
organização militar situada na Rua dos Andradas, 562, em
Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A 13 de julho de 2002 foram transladados
os restos mortais do Monsenhor Roberto Landell de Moura que estavam depositados
no Cemitério dos Padres, localizado no Bairro Glória, na
Gruta Nossa Senhora de Lourdes, em Porto Alegre-RS, para um altar lateral
da Igreja Nossa Senhora do Rosário, na Rua Vigário José
Inácio, 402, também em Porto Alegre-RS, junto às imagens
de São José, Santa Cecília e São Roque. No
altar está uma lápide com seu nome, as datas de nascimento,
ordenação e falecimento, o registro de seus inventos e a
inscrição “Sacerdote e Precursor da Telecomunicação”.
Em 2007, a Sociedade Brasileira de Microeletrônica instituiu o Prêmio
Pe. Roberto Landell de Moura, com a intenção de estimular
atividades de pesquisa e de inovação na área de microeletrônica
e para comemorar e reconhecer as invenções do Pe. Roberto
Landell de Moura, que foi um homem à frente do seu tempo, com grande
visão, criatividade e persistência. Ele foi um precursor do
rádio, demonstrando um sistema de comunicação sem
fio, por ondas eletromagnéticas e ondas luminosas, incluindo os
componentes inventados por ele próprio, em 1894. Ele lutou por apoio
industrial e governamental para seus inventos. Seus feitos e características
o tornam um modelo a ser seguido. Qualquer pessoa é elegível
ao prêmio, não tendo restrições quanto a ser
membro ou não da Sociedade Brasileira de Microeletrônica,
nacionalidade, Página 16 de 18raça, credo,
gênero ou idade. O premiado deve apresentar algumas das características
inerentes ao Pe. Roberto Landell de Moura, ou seja: visionário,
criativo e persistente, e ter contribuído com o desenvolvimento
da área de microeletrônica no Brasil. Como parte do prêmio
o homenageado ganha um certificado, uma medalha e torna-se associado vitalício
da Sociedade Brasileira de Microeletrônica, sem pagar anuidades e
inscrição gratuita nos próximos 5 congressos anuais
da sociedade. As indicações aos premiados são solicitadas
a todos os membros da Sociedade Brasileira de Microeletrônica para
encaminhamento ao comitê do Prêmio Pe. Roberto Landell de Moura
com endosso de mais dois especialistas, com justificativa e currículo
resumido do indicado. O comitê do Prêmio Pe. Roberto Landell
de Moura é atualmente coordenado pelo Prof. José Alexandre
Diniz. A 3 de janeiro de 2011, o Prefeito Municipal de Porto Alegre José
Fortunati sancionou a Lei nº 11.031, instituindo, no âmbito
da política da ciência, tecnologia e inovação
do Município, o ano de 2011 como o Ano da Inovação
Padre Landell de Moura e dispõe sobre as ações a esse
referentes. A 21 de janeiro de 2011, em comemoração aos 150
anos de nascimento do Padre Roberto Landell de Moura, os Correios emitiram
um selo postal em sua homenagem. A 19 de abril de 2011, a Câmara
Municipal de São Paulo, atendendo ao que dispõe o Decreto
Legislativo nº 07/2011, concedeu ao Padre Roberto Landell de Moura,
“In Memoriam”, o título de Cidadão Paulistano. A 27 de dezembro
de 2011, o Prefeito Municipal de Porto Alegre José Fortunati sancionou
a Lei nº 11.179, incluindo a efeméride Semana Padre Landell
de Moura, a ser comemorada de 24 a 30 de setembro de cada ano, no Anexo
à Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 - que institui o Calendário
de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município
de Porto Alegre. A 6 de janeiro de 2012, o Prefeito Municipal de Porto
Alegre José Fortunati sancionou a Lei nº 11.193, declarando
Patrono da Ciência, da Tecnologia e da Inovação no
Município o padre e cientista Roberto Landell de Moura. A 27 de
abril de 2012, a Presidente da República Dilma Rousseff sancionou
a Lei nº 12.614, que dispõe sobre a inscrição
do nome do Padre Roberto Landell de Moura no Livro dos Heróis da
Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade
Tancredo Neves. A referida Lei foi publicada no Diário Oficial da
União do dia 30 de abril de 2012, na página 1. A 08 de dezembro
de 2014, o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. José Fortunati,
sancionou a Lei nº 11.734, obrigando a inclusão de conteúdo Página 17 de 18sobre a história
científica do Padre Roberto Landell de Moura nas disciplinas de
história, ciências e língua portuguesa, ministradas
nas escolas da rede municipal de ensino. Colaboração de IVAN
DORNELES RODRIGUES - PY3IDR RUA VISCONDE DE PELOTAS, 259 AP.302 91030-530
- PORTO ALEGRE - RS Tel.: (51) 3341-3644, 3341-6649 e 9641-3289 e-mail:
[email protected] Site: www.memoriallandelldemoura.com.br