Meu método de montagem

PY2OHH - Miguel

Depois de apanhar muito conseguimos aliar o já aprendido com novas técnicas descritas na Internet. Juntando tudo com o senso natural de improvisação brasileira conseguimos chegar a uma técnica muito prática e de baixo custo de montagem.

Não falaremos aqui do planejamento de um projeto e sim de uma das partes que mais gostamos a de montar.

As Ilhas

Muitos colegas de todo o mundo utilizam um processo chamado de Manhattan ou Islander (Manhattan é um bairro famoso de Nova York, que na realidade é uma ilha), que podem ser pedaços de placa cobreada, para circuito impresso, virgem fixados (por cola) sobre outra placa cobreada que serve com terra, ou então ilhas feitas com ferramentas especiais que tem o formato circular.

Nossa versão é de fazer ilhas retangulares a partir de uma placa base, cortando com uma serra manual bem inclinada de forma a cortar somente o revestimento de cobre. As vezes colamos ilhas retangulares ou pedaços de outros circuitos como por exemplo – usamos para fixar C.I.s a parte de encaixe de placas de PC (slots ISA) .

foto : Placas do Pixie

Como dimensionamos as ilhas

Nossas montagens são feitas por estágios que tenham funções definidas, assim iniciamos com o diagrama esquemático e,

  1. Dividimos em blocos, separados por funções.
  2. Separamos o material, afim de sabermos as dimensões dos componentes.
  3. Numeramos os nós, ou seja as junções entre componentes.
  4. Cada nó da origem a uma ilha.
  5. Distribuímos as ilhas quase sempre obedecendo a ordem do desenho com entrada a esquerda, saída a direita, terra na parte inferior, no inicio dá até para manter a distribuição como se fosse o diagrama.
  6. As ilhas interligadas devem ser vizinhas a medida do possível .
  7. A improvisação pode voar solta, valem ilhas aéreas, ilhas de terra ficam bem como aéreas, pois estão ao alcance das outras.

Depois de várias distribuições e rascunhos chegamos a um ideal de distribuição.

Dimensiona-se as ilhas levando sempre em conta o tamanho físico dos componentes a serem montados, em geral as ilhas são quadradas de 10mm no máximo (para iniciantes) tendo um tamanho normal de 6mm, podendo chegar a 4mm dependendo muito dos componentes e da prática deste tipo de montagem.

Importante levar em conta a espessura do corte da serra !

Ilhas de terra vizinhas não necessitam ser divididas.

Rebarbar as borda retirando cantos vivos, lixar a superfície evitando óxidos com uma lixa fina (grana 220) ou palha-de-aço.

Com este tipo de montagem encontramos aparelhos até em 2m (150MHz) .

Exemplo

Circuito do transceptor Pixie a ressonador cerâmico

Escolhemos o side tone destacado em vermelho

Os nós já estão destacados, neste caso temos 8 pontos.

Devemos dar particular atenção aos pontos com maior número de nós, pois termos que efetuar diversas soldas nestas ilhas e é o encontro de muitos componentes.

A montagem pode ser feita da esquerda para a direita (entrada para saída) , tomando muito cuidado para não deixar pontos, sem solda, sem acesso .

 

 

 

 

 

 

Conclusão

Este método facilita a vida do montador, ficando sem a necessidade de ataques químicos, furação para componentes etc.

O custo é baixo, pois utilizamos sobras de placas virgem e partes de placas desmontadas de sucata.

Está ao alcance de qualquer montador.

73 a todos e mãos a obra !

Comentários, montagens com este método, sugestões são bem-vindas

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