Uma nova opção para o Rádio Escutismo

 

Este documento foi apresentado ao Departamento Nacional de Rádio Escutismo em Abril de 2002. O nosso objectivo é fundamentalmente motivar o inicio da discussão sobre a realidade do Rádio Escutismo, e da mesma forma lançar as bases para uma eventual mudança no sistema de progresso dentro desta àrea.

 

A actividade de um Radioamador continua na sua essência a ser um acto solitário, cada um no seu sotão com a sua "maquinaria" … a comunicar com o resto do Mundo.

À primeira vista, embora seja uma realidade um pouco "forçada", não deixa de ter a sua ponta de verdade, e o mesmo se pode aplicar embora de outra forma, no que respeita ao Rádio Escutismo.

A nível Nacional são por demais evidentes os sintomas de que nem tudo vai bem no que respeita a esta vertente do Escutismo, não por falta de empenho de quem tuleta, mas pela inércia de quem se limita a participar numa actividade que dura 48 horas e que se realiza uma única vez no ano.

O Rádio Escutismo continua a ser encarado como uma actividade "pontual", a meio caminho entre um "biscate" anual constituído pelo Jamboree no ar e algo que tem um nome pomposo, o que fica sempre bem para compor uma página de um qualquer relatório.

Quantas Juntas, Núcleos ou Agrupamentos é que investem em equipamentos próprios, mesmo participando ano após ano no Jota?

A resposta não poderá ser outra senão… para quê investir em material que só meia dúzia de elementos estão habilitados a manusear e que só serve uma vez por ano?

Esta é uma opinião restritiva e uma visão limitada do potencial do Radio Escutismo!

Em países "considerados" mais evoluídos, como por exemplo Inglaterra, Alemanha, Austrália, Canadá ou os Estados Unidos da América, o Rádio Escutismo há muito que ultrapassou a barreira da participação exclusiva no Jota.

É frequente a ouvir estações a participar no Thinking Day on the air (Dia do Pensamanto), na comemoração de datas importantes dos seus Agrupamentos e Movimentos, em pequenas expedições efectuadas durante as suas actividades, ou mesmo em áreas temáticas como ILLW (Fim de Semana Internacional dos Faróis) onde para grande espanto encontrei um grupo Australiano.

Com se pode facilmente perceber, o "material" já não é só para utilizar uma vez por ano, mas continua a ser válido o segundo argumento… "só meia dúzia de elementos estão habilitados a manusear".

No inicio do século XXI um equipamento de rádio e um microfone não constituem mais uma novidade. Habituados desde muito cedo a lidar com computadores, consolas de jogos ou telemóveis, os jovens de hoje rapidamente se desinteressam por algo que à partida não lhes desperta a atenção.

Por imposição legal está fixada em 16 anos a idade mínima para se "ser" Radioamador, mas… o interesse por esta área pode começar muito mais cedo, desde que o conteúdo seja apresentado como algo aliciante. Não podemos continuar a orientar os esforços no propósito de que o Rádio Escutismo é algo que só interessa aos Radioamadores e eventualmente aos futuros Radioamadores.

Uma das formas de inverter este ciclo de acontecimentos, passa efectivamente pela via educativa, com uma reformulação tão rápida quanto possível do sistema de progresso, que neste momento não oferece qualquer motivo de interesse a quem eventualmente se sinta motivado a iniciar um percurso de progressão nesta área.

As propostas apresentadas em anexo são baseadas no pressuposto de que mais importante que transmitir e posteriormente testar grandes conhecimentos no campo da electrónica e das comunicações, é indicar e motivar processos de aprendizagem.

Esta nossa contribuição encontra-se orientada para um sistema de progresso onde deverá estar incluído o Rádio Escutismo, e que possibilite a todos os interessados desde o Lobito ao Dirigente, uma área de pesquisa e de aprendizagem de novos conhecimentos.

Com um sistema de progresso apresentado nestes moldes poderíamos por exemplo aproveitar o Jota não só para comunicar mas também como uma actividade de formação técnica, e motivar o desenvolvimento do Rádio Escutismo a todos os níveis no Movimento.

No espaço calculado de uma década poderíamos ter uma participação mais alargada no Jota, tendo em conta que o Joti tem apresentado um crescimento exponencial, é sem dúvida uma componente muito mais apelativa do que a Rádio para os jovens, e incomparavelmente muito mais fácil de realizar.

Jaime Guilherme - CT1ECT

Joaquim Pedro - CT2FQV

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Competências & Especialidades

Em vigor actualmente no Sistema de Progresso do Corpo Nacional de Escutas

 

Vermelho

Pioneiros

4 - Montar um telefone em campo ou saber operar em CB.

Pioneiros

3 - Saber operar correctamente os rádios de emergência ( CB e RA)

Lobitos

2 - Conhecer 3 sinais diferentes dados com apito ( em morse)

Exploradores

2 - Transmitir e receber pequenas mensagens em morse (som)

Pioneiros

1 - Conhecer o alfabeto morse; efectuar tradução e retroversão de mensagens escritas em morse.

3 - Comunicar utilizando um "walkie-talkie".

5 - Saber os sinais internacionais de Socorro

1 - Aprovação em exame, classe C de amador de radiocomunicações pelo Instituto das Comunicações de Portugal.

2 - Saber instalar um rádio em campo e pô-lo a funcionar.

3 - Possuir o curso de Radioamador - ( em alternativa )

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@@@@@ Proposta de alteração do sistema de progresso @@@@@

Insígnia de Competência de Rádio Comunicador - NOVA

Lobitos

Exploradores

Pioneiros

Insígnia de Especialidade de Rádioamador - ACTUAL

Caminheiros e Dirigentes

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