Para todos os colegas que gostem e queiram começar a operar satélite
Comunicações de Satélite Amador LEO
Satélites de órbita baixa em torno da Terra (Low Earth Orbit)
Nas asas duma POMBA (DOVE)
O DOVE é um dos Microsatélites presentemente em órbita. Eles são
chamados Microsatélites devido ao seu pequeno tamanho (cerca de 23 cm de cada lado). A
sua primeira missão é para a educação. O DOVE transmite tramas de telemetria de Packet
e ocasionalmente buletins nos 145.825 MHz FM. Se estudarmos a sua telemetria podemos
aprender todo o tipo de coisas fascinantes à cerca das condições no espaco. Como o DOVE
é um satélite LEO (Low Earth Orbiting), satélite de órbita baixa, os seus sinais são
muito fáceis de escutar.
Se só quizer escutar, conseguira ouvir uma série de pacotes em AFSK
(Packet terrestre) a 1200 baud. O DOVE também tem voz digital e poderá estar a
transmitir nesse modo algumas vezes.
Se possuir equipamento de Packet, está pronto para um tratamento
extra. Coloque a funcionar o seu TNC tal como faz numa operação normal e comute o seu
receptor para 145.825 MHz. Quando o DOVE subir o horizonte irá começar a receber tramas
de informação que fluem no monitor. Pode também ver pequenos buletins em texto.
Depois de se cansar de ver toda esta informação, vai querer saber o
que significa. Existem vários programas disponíveis para descodificar a telemetria do
DOVE.
A Estação Espacial MIR
A MIR foi ocupada por cosmonautas Russos por alguns anos como um
laboratório para testar respostas humanas a longa duração dos voos espaciais. Para
combater o aborrecimento, uma estação de amador foi instalada. Os cosmonautas passaram
nos seus testes para a licença de Operador Amador e foram atribuídos indicativos
especiais para a MIR (tais como U5MIR e agora R0MIR) antes do lançamento.
Quando chegaram à estação, eles operaram FM em fonia ou packet.
Tal como o satélite DOVE os sinais da MIR são fortes. poderá
usualmente encontrá-los em 145.920 MHz, e não necessita de equipamento sofisticado para
escutar ou ser escutado. Mais uma vez, uma antena exterior-tal como uma ground plane-funciona
bem. A sua órbita proporciona algumas "passagens" muito boas a maior parte dos
dias para a maior parte das áreas.
Para a emissão(Uplink) de momento está a ser feita em SIMPLEX
145.920MHz, info de 4 de Abril de 1998 .Estas frequências são frequentemente alteradas,
assim podem consultar na minha página de links as
informações mais recentes das suas frequências de operação.
A MIR em Packet
A Estação de Radioamador da Mir utiliza standard 1200-baud AFSK
packet o mesmo formato de packet que utilizam para os QSO aqui na terra. A estação de
packet da Mir inclui uma "mailbox" (caixa de correio) onde pode deixar mensagens
para os cosmonautas (ou a outro) e retirar as suas respostas.
Contactos com a MIR em Fonia
Os cosmonautas da Mir óbviamente gostam de packet, mas algumas vezes
solicitam por sons de outras vozes humanas. Poderá estar à espera de uma oportunidade de
conectar em packet, sómente e por sua vez ouvi-los a chamar CQ!
Trabalhar a Mir em fonia, é muito parecido a trabalhar um "pile
up" de DX. Senta-se com o microfone na mão e espera até ouvir acabar uma troca de
emissão. Nessa altura acciona o microfone e diz o seu indicativo. Agora ouça. Não há
resposta?
Chame de novo rápidamente! Continue a tentar até o escutar a
chamá-lo a si ou a outro.
O maior problema de trabalhar a Mir em fonia ou packet, é o seu
funcionamento aleatorio de modos. Os cosmonautas teem muitas tarefas diárias e nem sempre
estão disponíveis para arranjar tempo para operar a sua estação de amador. Eles
algumas vezes são forçados a desligar os equipamentos para evitar intreferências sobre
outros sistemas durante os testes mais críticos.
Outro problema diz respeito a órbita da MIR. A estação espacial
viaja a relativamente baixa altitude, está portanto
sujeita a grande quantidade de atrito atmosférico. Se ela não fôr ocasionalmente
propulsionada para uma órbita mais elevada,a estação poderia reentrar na atmosfera e
ser destruída. Sempre que a Mir dispara os seus motores de propulsão para corrigir a sua
órbita uma nova revisão dos seus elementos órbitais têem de ser distribuídos. Se quer
tentar a sua sorte com a Mir, pense em manter actualizados os seus elementos, para a
estação espacial, o mais possível.
Os Satélites RS (Radio Sputnik)
Já alguma vez escutou o RS-10/11 ou RS-12/13? eles são satélites de
Rádio Amador destripulados colocados em órbita pela antiga Uniao Soviética. Sem dúvida
que são os satélites mais fáceis de trabalhar.
Os satélites RS são complectamente diferentes do DOVE, Mir, ou space
shuttle. Eles são básicamente repetidores orbitais viajando agarrados a grandes
plataformas de satélites. RS-10 e 11 são transportados pelo COSMOS 1861, e o RS-12 e 13
são parte do COSMOS 2123. Existem dois satélites RS por plataforma (que é a razão pela
sua dupla designação), mas só um satélite está activo de cada vez. Todos os
satélites RS são equipados com um único aparelho chamado "linear
transponder".
Linear Tansponders
Repetidores à volta da Terra que ouvem numa frequência e repetem o
que ouviram noutra. Imagine o que poderia acontecer se o seu repetidor local pudesse
retransmitir tudo que escuta numa faixa de frequencias de entrada? Esta é exactamente a
função de um "Linear Tranponder.
Em modo A, o transponder do satelite RS escuta uma porção da banda
dos 2-metros e retransmite tudo que escuta na banda dos 10 metros. Quando o modo K está
activo, o transponder escuta uma seccao da banda dos 15-metros e simultaneamente
retransmite nos 10 metros. Em modo T, o satélite escuta os 15 metros e retransmite nos
2-metros! A diferença entre as frequências, mais alta e mais baixa (uplink e downlink)
é conhecida como "transponder passband" (faixa de passagem).
Os transponders lineares não só repetem tudo o que escutam na sua
faixa de frequência de "uplink", como, fazem isso costantemente. CW e
transmitido como CW; SSB como SSB. As transmissões em fonia FM, são fortemente
desaconselhadas pois os sinais ocupam uma grande parte da banda de "downlink". O
número de estações que estão a utilizar o satélite, pode ocasionar uma descida severa
da energia do transponder.
NOTA: Quando foi escrito, RS-10 estava no Modo A e o RS-12 no Mode K
Elaborar antenas é defenitivamente, não necessário, para trabalhar
os satélites RS. Um dipolo serve para escutar o sinal de downlink na banda dos 10 metros.
E também uma simples ground plane é adquada para o sinal de uplink na banda dos 2
metros. Em termos de potência, 20 a 30 watts parecem funcionar bem.
Os PACSATs
Se gosta de operar packet, vai adorar os PACSATs! Alguns satélites
fazem parte dos PACSATs: AMSAT-OSCAR 16, Lusat-OSCAR 19, Fuji-OSCAR 20, UoSat-OSCAR 22 e
KITSAT-OSCAR 23. OSCAR 20 (também conhecido por FO-20) é essencialmente um armazenador
orbital de buletins de packet. Ele até utiliza comandos parecidos com as BBS terrestres.
Pode retirar e enviar correio no OSCAR 20 assim como ler os últimos buletins de interesse
geral.
OSCARs 16, 19, 22 e 23 são conhecidos como "file servers"
(OSCARs 16 e 19 sao micro-satélites). Só se pode aceder a estes satélites utilizando
software especializado PACSAT disponível pela AMSAT.
O software da AMSAT permite um rápida e eficaz troca de informação
(upload e download) e ficheiros enquanto da passagem do satélite.
OSCAR 18-conhecido como WO-18, ou Webersat-é especialmente fascinante.
Outro membro da familia dos Micro-satélites, OSCAR 18 leva a bordo uma câmara e
retransmite imagens digitalizadas da Terra, Sol e de outros objectos no espaço. Mais uma
vez, sofware especial-disponível pela AMSAT-é necessário para poder ver as imagens do
Webersat. OSCARs 22 e 23 também levam câmaras a bordo.
Equipamento para PACSAT
Tal como em outros satélites que discutimos até agora, os PACSATs
não necessitam de grandes antenas e grandes quantidades de potencia RF. (uns poucos de
watts para uma omnidireccional antena é perfeitamente adquado). No entanto, os PACSATs
operam em Modo J: um "uplink" nos 2 metros com um "downlink" nos 70 cm
(437 MHz). Já pode possuir um emissor de FM na banda dos 2 metros em FM que pode utilizar
para o "uplink", mas vai percisar dum receptor de 70 cm com SSB para o
"downlink". A maior parte dos amadores utilizam transceptores
"all-mode" na banda dos 70 cm para a recepção. Um método alternativo é
utilizar conversores para alterar um sinal de 70 cm para a banda dos 10 metros para
receber no seu equipamento de HF.
O PACSAT utiliza uma variedade de velocidades de transmissão e de
formatos. Modems especiais PSK têem de ser utilizados com o seu TNC para poder comunicar
com o satélite.
Encontrar os Satélites
Como é que pode saber quando um determinado satélite vai aparecer no horizonte? Para
responder a essa pergunta tem de conhecer os elementos orbitais do satélite.
Tão incompreensíveis como parecem, os elementos orbitais são uma mera colecção de
números que descrevem o movimento dum objecto no espaço. Introduzindo os números num
programa de computador, pode determinar exactamente onde um determinado satélite está
(ou irá estar) a qualquer hora.
Encontrar os Elementos
Existem várias fontes para os elementos orbitais:
o Notícias de Satelites (SpaceNews)
o Buletins do W1AW em RTTY e AMTOR
o Buletins no packet
o Redes (Nets da AMSAT)
o Siga este Link para a Celestial BBS
Se possuir um receptor de HF, com recepção de RTTY, um TNC de packet, um modem de
telefone ou o dinheiro necessário para uma subscrição, certa, sempre capaz de ter
acesso a estes elementos actualizados para os satélites que quer acompanhar. Se tudo
falhar, há provavelmente alguém na sua àrea que tem acesso a eles. Pergunte a quem
estiver presente durante a próxima reunião da sua Associação.
Utilização dos Elementos
Os computadores são comuns hoje em dia na maior parte das estações de amador. Se tiver
um computador no seu "shack" está com sorte! Existem muitos programas no
mercado que lêem os seus elementos orbitais e como por magia produzem marcações de
satélites. Entre estas coisas, o programa dir-lhe há quando os satélites aparecerão
acima da sua linha de horizonte e até que altura irá subir no céu (elevação). Quando
se trabalha satélite, a maior elevação é a melhor. Maior elevacao, implica menor
distância entre si e o satélite com menor perda de sinal devido a absorção
atmosférica. Alguns programas mostram também mapas detalhados da área de cobertura do
satélite na Terra.
Bibliografia: Satellite Guide da ARRL
73's do colega Pedro Pais (CT1DNF)