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O Grupo que j� nasceu morto!!

A palavra radioamadorismo n�o tem um significado muito agrad�vel para a maioria dos habitantes do munic�pio de Goiana (PE). � que durante muito tempo a popula��o culpou os operadores de r�dio como respons�veis pelas famigeradas interfer�ncias nos canais de televis�o. O tempo foi passando, os telhados se encheram de antenas parab�licas e as reclama��es diminu�ram.

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Atualmente, o n�mero de aficionados em radiocomunica��es em Goiana vem crescendo. Hoje, s�o 11 r�dio-operadores que formam o Grupo de R�dio Operadores de Goiana (GROG, o grupo que j� nasceu morto). Fundado em 12 de agosto deste ano, a entidade corre em defesa da sua atividade, discordando veementemente da acusa��o de interferir nas transmiss�es de televis�o. "Isso acontecia quando havia televisores valvulados. Hoje, a maioria tem transistores e a interfer�ncia n�o acontece mais", explica Marcus Vinicius um dos mais antigos operadores da cidade. Por�m ele faz uma ressalva: "Se a instala��o for mal feita, realmente pode interferir. Segundo Marcus isso n�o acontece mais, devido a, desculpem o trocadilho, interfer�ncia da Agencia Nacional de Telecomunica��es (ANATEL), entidade que, al�m de dar urna prensa nas rec�m privatizadas teles, regulamenta os servi�os de r�diocomunica��o. O olho da Anatel impede que as esta��es sejam mal instaladas. O problema da m� qualidade das Imagens de TV em Goiana � conseq��ncia da m� instala��o de uma antena retransmissora e isso j� � outro problema.

O QUE �

O PX � um servi�o de radiocomunica��o, erroneamente chamado e popularizado como radioamador. Na verdade, os operadores de PX utilizam um servi�o conhecido como faixa do cidad�o. As conven��es internacionais da �rea estabelecem uma s�rie de crit�rios para diferenciar ambas as atividades. Por exemplo: para operar em PX, a pessoa n�o precisa de qualquer teste ou prova, ao contr�rio do radioamador, que exige do interessado um exame de habilita��o. Para operar nas faixas de radioamador, as regras s�o mais r�gidas, embora o operador tenha certa liberdade quanto �s limita��es para dura��o das mensagens. Na faixa do cidad�o, os chamados "c�mbios" n�o podem exceder tr�s minutos, a n�o ser em situa��o de emerg�ncia. Outra difer�n�a gritante � quanto ao alcance �til. No radioamadorismo, dependendo da faixa, as comunica��es podem ser feitas com qualquer parte do mundo em qualquer hor�rio. J� o PX tem um alcance bem mais restrito, sendo usado para comunica��es num raio de 10 Km da esta��o base. Isso n�o quer dizer que o operador n�o possa estabelecer contato com outros estados e at� continente, desde que as condi��es de propaga��o das ondas e os hor�rios sejam favor�veis.

UNI�O

"Operar PX � muito melhor do que telefonar, por exemplo. A gente j� sabe para quem vai telefonar. No r�dio, n�o: cada dia encontramos gente nova e ao final da noite j� temos quatro ou cinco amigos novos", conta Marcus Vinicius. Outra compara��o inevit�vel � com as "salas de conversa" da Internet, os chamados "chat". Aqui, a vantagem � em rela��o aos custos: para montar toda a esta��o, composta de aparelho de r�dio, um estabilizador de voltagem e uma antena retransmissora, o interessado gasta cerca de 450 reais. Para obter a autoriza��o da Anatel, v�o mais 28 reais, o mesmo pre�o de uma anuidade tamb�m paga a estatal. Resultado final: 506 reais.

Para se protegerem do preconceito sobre a atividade, e para manterem um relacionamento mais estreito, os operadores de r�dio se re�nem em torno de entidades, como o antigo PX Clube de Goiana. "Sempre participamos das reuni�es do PX Clube de Pernambuco", conta Marcus Vinicius. Os goianenses foram, por exemplo, a encontros em Caruaru Feira Nova, Jo�o Pessoa e Recife.

"� mais um hobby, sem deixar de prestar servi�os", resume Marcus Vinicius. Entenda-se por presta��o de servi�os a participa��o dos operadores de PX em campanhas de vacina��o e eventos como o Sete de Setembro. "Montamos uma rede de esta��es em cada posto de vacina��o. Quando, por exemplo, falta vacina, nos comunicamos com outros postos e solicitamos".

No aspecto hobby, a coisa � bastante diversificada. H� quem converse abrobinhas e h� quem encare o PX como um ponto irradiador de conhecimento. Entre as atividades mais comuns entre os aficionados, est� a troca de cart�es postais, bem como de informa��es tur�sticas. Os operadores chegam a visitar cidades com base no que aprendem no r�dio. D� at� para paquerar, embora a porcentagem de mulheres no peda�o raramente ultrapasse os 20%. Entre os integrantes do GROG, n�o h� nenhuma operadora.

A inten��o do GROG � ampliar seu raio de atua��o. O grupo quer atrair mais aficionados. Quem quiser maiores informa��es sobre como adquirir equipamentos e ficar apto a varar noites conversando com gente do mundo inteiro – "J� tive contatos com Portugal, It�lia, Fran�a. Argentina e Paraguai" – assegura Marcus Vinicius – � somente entrar em contato com Vin�cius, pelo fone (081) 626-0202.