Caça à radiossonda

por PY4ZBZ em 21-08-2012     rev  13-09-2012

 

Ou melhor: caça a raposa VOADORA !

 

Finalmente, em 21-08-2012, e depois de muitas escutas com as sondas caindo a mais de 100 km, uma radiossonda resolveu cair no meu QTH de Sete Lagoas MG !

Liguei o receptor (FunCube Dongle) as 13:02 UTC, mais de uma hora após o lançamento no aeroporto de Confins, com o balão já estourado e a sonda caindo a 17 metros por segundo a uma altura de 22218 metros. Acompanhei a queda no Sondemonitor até o pouso as 13:55 UTC, bem ao lado da MG-424 que liga Sete Lagoas a Belo Horizonte, como mostra a figura seguinte:

A figura seguinte mostra os dados registrados:

A figura seguinte mostra o detalhe da área de pouso e o meu QTH:

O ponto de pouso informado pelo Sondemonitor visto no Google Earth, em 19,4756 S e 44,1918 W:

Imediatamente me dirigi ao local, a 7 km em linha reta do meu QTH, sem receptor e sem GPS, pois conheço bem o local. Após alguns minutos sem ver nada do lado direito da estrada (sentido Sete Lagoas BHz), resolvi ir embora, quando percebi o vermelho do paraquedas do outro lado da estrada ! a uns 30 metros de onde eu estava estacionado, como se vê na foto seguinte:

Corri até lá, e percebi que a linha do paraquedas até a sonda estava atravessando a estrada (com intenso movimento de carros e caminhões). Atravessei a estrada seguindo a linha, e lá estava a sonda  a alguns metros da pista:

Posição do paraquedas com restos do balão e da radiossonda (observe o poste perto do balão que também é visto na foto do paraquedas acima):

Depois de desembaralhar as cordinhas do paraquedas e os fiapos do balão (do qual só sobrou o bico...), vejam o troféu:

Detalhe da etiqueta na tampa das baterias:

Ao abrir o compartimento da bateria descobrimos que ela é do tipo ativada a água, portanto a sonda é uma RS92-SGPW:

Retirando a tampa do compartimento eletrônico, podemos ver o circuito principal com o receptor GPS (parte inferior) e o processador central:

A foto seguinte mostra a parte inferior do modulo eletrônico com a sua blindagem, a antena QFA de GPS e os sensores de temperatura e umidade:

A antena de de transmissão UHF é na verdade um dipolo de meia onda, sendo uma metade feita por um cabinho de aço de 18,6 cm (um quarto de onda em 403 MHz) e a outra metade composta pela blindagem principal e do plano de terra dos sensores de temperatura e umidade, perfazendo outros 18,6 cm.

A foto seguinte mostra a parte inferior sem a blindagem principal. Podemos ver o modulo  blindado do transmissor UHF sintetizado, e o modulo de interface dos sensores, onde também fica o sensor de pressão atmosférica (sem a sua pequena blindagem):

A sonda é alimentada com 9 V e consome aproximadamente 220 mA, ou seja, uns 2 W. Gera pelo menos 60 mW de RF em UHF. Quando a tensão da bateria passa abaixo de determinado valor, a sonda entra no modo de baixa potencia, com menos de 1 mW de RF, do qual não volta mais, mesmo aplicando novamente 9 V, a não ser que seja reprogramada com equipamento especial, ou ainda fazendo uma modificação no seu circuito, como descrito aqui.

Estou observando, na sondas lançadas em Confins, um aumento repentino da ordem de 20 dB na potencia de transmissão, 15 mn após a sua energização no solo (frame 900), como se estivesse passando do modo de baixa potencia para potencia nominal. A figura seguinte mostra esse fato:

 

 

Veja aqui a minha segunda caça.

Veja mais sobre radiossondas aqui.

 

73 de Roland.