Mogi das Cruzes, com população atual de cerca de 350 mil habitantes e uma área de 731km,
é uma das mais antigas cidades do Estado de São Paulo. Sua emancipação
político-administrativa ocorreu em 01/09/1611, quando
passou à ser chamada de Vila de Sant'Anna de Mogi das Cruzes.
Está localizada a 52 km ao leste da capital paulista (SP), a 40 km do litoral
norte do Estado (Bertioga) e está emoldurada pela Serra do Mar, ao sul e pela Serra do
Itapety.
A Serra do Itapety, com cerca de 50km de extensão, é um dos pontos mais visitados da
cidade. Lá está localizado o Pico do Urubu, ponto mais alto da cidade com 1160m, onde
tem duas rampas para saltos de asas-delta. O Parque Municipal Paulo Afonso de Melo,
um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica, também está localizado na Serra do Itapety.
A cidade é cortada pelo Rio Tietê, cuja nascente fica em Salesópolis, município vizinho
à Mogi.
O índice de criminalidade é baixo e a poluição ambiental é praticamente inexistente (no
Rio Tietê ainda é possível fazer pescarias). Nossas matas ainda têm animais silvestres como
veado-campeiro, tatu, capivaras, macacos, gambás, etc... .
São 04 as principais praças (Pça. Osvaldo Cruz (próx. à Estação Ferroviária,
Lgo. do Carmo (Igraja Matriz), Lgo. do Bom Jesus e Pça João Antonio Batalha (Shangai).
Existem vários prédios antigos, como por exemplo, o Mercado Municipal, a Igreja da Matriz,
a Biblioteca Municipal, o Teatro Municipal, etc. As ruas do centro da cidade, conservam
as características do fim do século passado.
HISTÓRIA
0 povoamento e colonização do Brasil Colonial começou pelo litoral, pelas vantagens que ofereciam os navios que aportavam trazendo coisas do Reino e da distância dos índios hostis que se localizavam no sertão.
Ainda em 1590, a região onde está Mogi das Cruzes, não tinha brancos, era ocupada pelos indígenas. Ainda que existissem tentativas de doniná-los, nas inúmeras 'bandeiras', em ataques aos índios de Boigy, pelo rio abaixo do Anhembí, o Tietê. Na última delas, composta por 50 homens, quase todos morreram. É certo que em 1601, as tribos hostis aos colonizadores estavam totalmente extintas e com a construção da estrada ligando São Paulo a Mogi, os habitantes de São Paulo começaram a transitar pela região. Alguns estabeleceram-se aqui, como Gaspar Vaz, que deixou suas atividades em São Paulo para se dedicar a formação do povoado de Mogi Mirim.
A estrada facilitou o acesso às minas. Anteriormente este caminho era feito apenas pelo Tietê. Além de atrair os habitantes de São Paulo que ficariam próximos do litoral, estes também teriam a possibilidade de serem proprietários de terra para plantar, já que em São Paulo toda a área já tinha dono.
Começa então o povoamento em Boigy Mirim.
A Vila de SantAnna de Mogy Mirim surge oficialmente em 1611, como sítio de grande importância no projeto de povoamento do Brasil, pois até a metade do século XVI, existiam 14 vilas já criadas todas no litoral, com exceção de São Paulo de Piratininga. Mogi seria a 17ª Vila de todo o Brasil Colonial, criada no século XVII.Consta no Arquivo Histórico do município documento, datado de 1611, registrando a petição dos moradores para elevação do povoado à Vila e faz menção clara de que este já se estabelecera no local há dez anos. Um dos responsáveis pelo movimento foi Gaspar Vaz, o legítimo fundador da Vila.
Em 13 de março de 1865, Mogi das Cruzes foi elevada à Cidade e em 14 de Abril de 1874 à condição de Comarca.
Mogi foi sempre caminho e parada das viagens rumo ao sertão antes pelo Rio Anhembí, o Tietê, e depois por terra com a construção da estrada.
Por aqui passaram viajantes ilustres e todos, em seus depoimentos fazem menção destacada à situação/localização de Mogi em relação à Serra do Itapety e à Serra do Mar, e também à riqueza de diversidade de suas matas.
Talvez o mais ilustre, recebido em 23/08/1822, foi o Príncipe Regente D. Pedro, que saiu do Rio de Janeiro no dia 14 de agosto, com destino à São Paulo. Retomando à Mogi, após a Proclamação de Independência, em 10 de setembro de 1822, quando foi recebido com júbilo.
Após um breve descanso, no Convento do Carmo (propriedade dos carmelitas, instalados no Município desde 1633, com a construção da Igreja de Ordem 1ª do Carmo), seguiu viagem, levando um documento dos mogianos reiterando apoio à independência. Os mogianos, afamados como guerreiros, eram convocados em inúmeras 'Bandeiras'. Os Bandeirantes paulistas sempre estiveram muito ligados à Mogi, muitos saíram daqui, outros aqui viveram, mas boa parte passou por aqui, pelo Tietê, rumo ao sertão.
0 conhecimento que temos hoje dos trajes dos Bandeirantes, deve-se à uma obra do pintor Debret que retrata Bandeirantes Mogianos em ação, combatendo escravos foragidos nas matas do Corcovado.
A história registra a participação mogiana em lutas e movimentos significativos. Na Guerra do Paraguai, na Independência, nas Revoluções de 1924 e 1932 e na 2ª Guerra Mundial, quando foi o município do interior a contribuir com o maior número de soldados brasileiros.
Desde os tempos coloniais Mogi das Cruzes se caracteriza como produtora agrícola. Possuía grandes plantações de café, algodão, cana de açúcar e fumo. A partir da década de 20 com a contribuição dos imigrantes japoneses, houve a princípio o desenvolvimento da cultura do chá atingiu seu auge no período da 21 Guerra. Ao término desta, os japoneses passaram a cultivar batatinha. e repolho. Hoje, Mogi é um dos municípios de maior destaque na produção de hortifrutis, constituindo-se no cinturão verde da Região Metropolitana da Grande São Paulo.
Intensificado na década de 70 o Parque Industrial Mogiano também ocupa hoje posição de destaque. Finalmente é digno de registro na história recente do município, a instalação de duas grandes Universidades e uma Faculdade, o que justifica a citação, muitas vezes, de 'Mogi - a cidade Universitária'. ORIGEM DO NOME DA CIDADE Mogi é uma alteração de Boigy. que por sua vez vem de M'Boigy, que quer dizer 'Rio das Cobras', denominação que os índios davam a um trecho do Rio Anhembí, ou Tietê.
Quando a Vila foi criada em 1611, devido ao costume de adotar o nome do padroeiro, passou a ser denominada 'Santa Anna de Mogy Mirim'. Mirim, na língua indígena quer dizer provavelmente referindo-se ao ribeiro da aguada da Vila, o Mogi Mirim.
Ao nome oficial da Vila foi acrescido, pouco mais tarde pela linguagem popular o termo 'cruzes', cuja origem vem do costume dos povoados da primitiva Villa de Santa Anna das Cruzes de Mogi de indicar com cruzes os marcos que, demarcaram também rumos e limites de terrenos urbanos e rurais. Os Oficiais da Câmara demarcavam assim os limites da Vila Tese levantada por Dom Duarte Leopoldo e Silva e confismada pelo Professor Jurandyr Ferraz de Campos.
Pelas leis da analogia a palavra 'cruzes' figurou como elemento principal no conjunto 'Cruzes de Mogi', enquanto perdurou o costume de assinalar marco com cruzes. Enfraquecendo-se este costume a palavra 'cruzes' passa a ser subordinada e acessória da palavra Mogi, passando então a cidade a ser conhecida mais tarde como MOGI DAS CRUZES. MOGI COM 'G' Mogi escreve-se com 'g' e não com 'J', como o fazem alguns jornais. Há diversos depoimentos dos mais ilustres filólogos brasileiros a respeito. Por outro lado, as próprias instruções aprovadas pela Academia Brasileira de Letras dizem, categoricamente, que 'Os topônimos de tradição histórica secular não sofrem alteração alguma na sua grafia, quando já esteja consagrada pelo consenso diuturno dos brasileiros. Sirva de exemplo o topônimo 'Bahia', que conservará esta forma quando se aplicar em referência ao estado e à cidade que tem esse nome'.
E Mogi escreve-se com 'g' desde 1611 pelo menos, como se poderá ver no requerimento feito por Gaspar Vaz e outros pedindo a elevação da povoação a vila. Nos documentos que se lhe seguiram, como as informações das vilas de Santos e de São Paulo, bem como no despacho final do Governador e na ata oficial da cerimônia, Mogi aparece sempre com 'g', como, de resto, continua acontecendo sempre, nestes últimos trezentos e tantos anos - o que multiplica por mais de três a tradição histórica secular que a Academia Brasileira exige. Não tenha dúvida: escreva sempre Mogi e não Moji.
FOLCLORE
A principal festa da cidade é a Festa do Divino que ocorre em maio. São duas semanas de
festividade, quando as ruas são enfeitadas com serragem, areia e pétalas de flores, há uma grande
quermesse no Lgo. do Carmo e queima de fogos. Essa festa mobiliza praticamente toda a cidade.
A ECONOMIA
INDÚSTRIA:
Com mais de 300 indústrias, esse setor da economia é o 2º que mais emprega mão-de-obra
na cidade, 33,15%, perdendo
apenas para o setor de prestação de serviços. Apesar do município apresentar
crescimento significativo no setor de comércio e prestação de serviços, a indústria
ainda lidera no "ranking" econômico do município, no que diz respeito à arrecadação
de ICMS, com tendência a crescer significativamente nos próximos anos.A localização estratégica do
Distrito do Taboão - próximo à Rodovia Presidente Dutra, cortada pela Rodovia
Ayrton Senna e pela Rede Ferroviária (linha tronco e ramal do Parateí), confere
ao município um potencial industrial único na Grande São Paulo.
As principais indústrias instaladas no município são:
AÇOS VILLARES S/A, CELUCAT S/A, VALTRA DO BRASIL S/A, GENERAL MOTORS DO BRASIL S/A, MELHORAMENTOS
PAPÉIS S/A, NGK DO BRASIL S/A, AIR PRODUCTS LTDA, ELGIN MÁQUINAS S/A, SPAL S/A, METALPACK EMBALAGENS S/A,
BELGO MINEIRA S/A, HOWA S/A IND. MECÂNICA, VOTORANTIN CELULOSE E PAPEL S/A e muitas outras.
AGRICULTURA:
Das
lavouras dos mais de 2000 agricultores de Mogi das Cruzes, saem, diariamente, aproximadamente
1.255 toneladas de hortifrutigranjeiros e flores para garantir o abastecimento de
cerca de 35% do mercado do Estado de São Paulo e atender quase 5% do volume
desses produtos consumidos no Rio de Janeiro. Este ramo de atividade emprega mais de
800 pessoas. Do total produzido, quase 90% são negociados diretamente com a
iniciativa privada. São empresas de comércio atacadista e varejista, como redes
de supermercados, feiras livres e até boutique de hortaliças. O restante segue
para a unidade paulistana da CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais
do Estado de São Paulo). Segundo levantamento realizado pela Secretaria Municipal
de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, 18.400 toneladas
de hortifrutigranjeiros e flores - o equivalente a 14 dias de produção na cidade
- foram comercializadas em feiras e varejões (pontos de venda direta do produtor
para o comerciante ou consumidor final mogianos), durante o ano de 1996.
Principal
município do Cinturão Verde da Grande São Paulo, Mogi das Cruzes é o segundo
maior pólo produtivo do Estado e ocupa posição privilegiada no "ranking" dos
maiores produtores de hortaliças e frutas do Brasil. Apresenta o perfil de região
de policultura, ou seja, há vários tipos de plantações em uma mesma propriedade
rural. Os agricultores de mini e pequeno porte são maioria: 70 %, enquanto 25%
são de médio porte e apenas 5% estão classificados como grandes produtores .
Entre os destaques agrícolas de Mogi das Cruzes, figura o cultivo de verduras
exóticas, como o radiccio, a romanesca, o rabanete colorido, a alface vermelha
e o repolho roxo. O município sustenta títulos de maior produtor brasileiro
de: cogumelos comestíveis (os champignons), de caqui, e maior produtor mundial
de orquídea Dendrobium. Além disso, o município busca sua consolidação como
o mais importante pólo tecnológico para produção de hortifrutigranjeiros do
País, além de exportar flores diversas para o Japão, Holanda e Espanha.
Perfil
do Setor Agrícola do Município:
· Nº de
produtores: 2.000 / Classificação quanto ao porte pequeno: 70% médio: 25% grande:
5%
· Produção em toneladas verão: 78.500 inverno: 157.000 primavera:
102.400 outono: 112.594
· Maior Produtora de Caqui, Nêspera, Alface, Cogumelo / N.º de Produção Agrícola
área: 6.421 ha produção: 450.494 Ton./área
· Principais Produtos de Época primavera: alface, agrião, cogumelo, nêspera
outono: caqui, alface inverno: alface, morango verão: alface,
agrião
· Participação por Segmento flores: 30% frutas: 10% legumes/verduras: 40% ovos:
20%
COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
São
considerados os melhores do eixo Rio-São Paulo, contando com centros comerciais
diversificados, estando os principais localizados na área do calçadão na Rua
Dr. Paulo Frontin e Dr. Deodato Wertheimer, bem no centro da cidade, e nos Distritos
de Braz Cubas, Jundiapeba e Cezar de Souza. Mogi das Cruzes possui um Mercado
Municipal tradicional e até turístico, conhecido na capital pelo seu tradicional
doce cristalizado. Possui ainda centro atacadista, várias lojas de rede e um
Shopping Center com 74 mil m², sendo 36 mil m² de área construída, com estacionamento
para 1.200 carros e cerca de 207 lojas. São mais de 4.900 estabelecimentos
comerciais que empregam 27,12 % da mão-de-obra local.
O
setor de serviços, em todas as áreas, é abundante e eficiente, em razão das
Universidades, além de oferecer apoio para indústria e ao comércio. No total
são 7.660 unidades e cerca de 1.500 profissionais autônomos e liberais, assumindo
o 1º lugar em quantidade de vagas, empregando 34,58 % da mão-de-obra local,
o que ultrapassa em 1,43 % do setor industrial. São 33 Agências Bancárias, 09
Cartórios, 07 Hospitais, 02 Universidades, entre outros. O município também
conta com entidades representativas: CIESP - Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo (Delegacia Regional), ARPEMEI - Associação das Pequenas e Médias
Indústrias, ACIMC - Associação Comercial e Industrial de Mogi das Cruzes, AEAMC
- Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Mogi das Cruzes, OAB - Ordem dos
Advogados do Brasil, SINDCOM - Sindicato do Comércio Varejista, Sindicato Rural
de Mogi das Cruzes, Rotary Club Internacional, Maçonaria e SEBRAE.
As concessionárias
e agências são: EBE - Empresa Bandeirante de Energia, CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, CETESB
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e, IBGE - Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística.
LAZER
A vida noturna é agitada por diversos barezinhos próximos às universidades, várias
casas de shows, danceterias e ao shopping da cidade, que conta com cinemas, praça de
alimentação, uma excelente pista de boliche entre outras atrações.
ESPORTES
A cidade tem, como destaques, o volei (UBC/Mogi - Campeão Brasileiro da 2ª Div.), o basquete
(Valtra/Mogi - Campeão Paulista e Brasileiro) e o beisebol, que já foi campeão mundial
e que é praticamente toda seleção brasileira (temos até jogadores, considerados entre os melhores do mundo, exportados para países europeus).
Isso ocorre em razão da colônia japonesa na cidade, que é a segunda maior do país.
Há um ginásio de esportes municipal, 05 clubes e um tenis clube.
EDUCAÇÃO
A cidade conta com várias escolas municipais, estaduais e particulares de ensino médio,
uma faculdade e duas universidades (Universidade Bras Cubas (UBC) e Universidade Mogi das Cruzes (UMC))
as quais estão entre as maiores universidades particulares do estado.
RADIAMADORES
São cerca de 120 radioamadores na cidade, a grande maioria dedicada ao VHF, UHF e "rodadas"
em 10 e 40 metros, e somente 03 na prática ativa de DX e competições internacionais
e 02 cedablistas ativos. No Pico do Urubú, há uma repetidora de VHF na freqüência de 146.970 Mhz,
e uma de UHF. Na passagem de ano (1999/2000), durante a Operação Bug do Milênio, 05 estações
ficaram 24 horas no ar linkadas com a Defesa Civil e a Polícia Militar.
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