Participação da ARPA no exercício SIGEX 2004

 

 

 

Decorreu no dia 15 de Maio de 2004 o exercício SIGEX 2004 juntando o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) e as Associações de Radioamadores portuguesas.

 

O objectivo consistiu em interligar a sede do SNBPC aos vários Centros Distritais de Operações e Socorro (CDOS) e também em efectuar o máximo número de contactos com radioamadores dentro de cada distrito.

 

A ARPA responsabilizou-se pelos contactos em frequências de radioamadorismo no CDOS de Beja. Foram previamente efectuados todos os contactos tendo sido demonstrada uma grande receptividade por parte dos responsáveis distritais para a colaboração com os radioamadores.

 

Preparação e planeamento:

 

Apesar da boa vontade e dos esforços dos representantes distritais do SNBPC, não nos foi garantido que, à data do exercício, estariam montadas as antenas e transceptores (para as bandas de radioamadorismo) adquiridos pelo SNBPC para instalação no CDOS.

 

Assim, as operações foram planeadas como se se tratasse de uma verdadeira situação de emergência onde seria necessário montar antenas, cabos, transceptores e energias de uma forma rápida e em situação adversa. Decidiu-se que a equipa da ARPA efectuaria a montagem de todo o equipamento antes do exercício e desmontaria tudo no final.

 

Foi efectuada uma visita ao CDOS de Beja, situado nos Bombeiros Voluntários de Beja, para aferir das condições para montagem de todo o equipamento.

 

 

Após a visita foi elaborada uma lista de material necessário e planeada a montagem das antenas e passagem de cabos.

 

Lista de material:

 

-1 rádio HF + Tuner  + auscultadores

-1 rádio VHF + auscultadores

-rádios portáteis VHF com bateria carregada

-Medidor de SWR para HF e VHF

-Fonte de alimentação

-30-40m de coaxial RG-58 (HF)

-30-40m de coaxial RG-213 (VHF)

-Bateria

-Antena para os 40m (dipolo)

-Antena VHF e suporte para torre

-Ferramentas, acessórios e material de escalada

 

 

Foi também elaborado um horário das operações:

 

08:00 - chegada ao CDOS de Beja da equipa da ARPA

08:10 - início da montagem da estação fixa

09:30 - estação fixa pronta para emitir, teste de emissão e recepção (estações em HF e repetidores VHF)

09:40 - contacto com os representantes da PC Beja para afinação de pormenores

09:50 - café/pequeno almoço

10:00 - início do exercício

10:30 - Início da chamada geral de Rede pela EDR

11:00 - Início dos contactos dentro do distrito

12:00 - 13:00 troca de operadores para almoço

16:30 - fim dos contactos dentro do distrito

17:00 - fim do exercício

17:15 - desmontagem da estação fixa

18:00 - equipa da ARPA abandona o CDOS de Beja

 

A equipa da ARPA prevista para o exercício ficou então constituída por:

 

O exercício:

 

Seguindo o horário planeado a equipa da ARPA destacada para o CDOS chegou ao local por volta das 08:00 tendo sido recebida pelo representante do SNBPC.

 

Depois de acertados alguns pormenores logísticos deu-se então início à montagem do equipamento.

A montagem dos transceptores, sintonizador de antenas, fonte de alimentação e bateria não foi problemática tendo as maiores dificuldades surgido na montagem das antenas e passagem de cabos. Foi necessário levantar algumas telhas para aceder à torre e decidiu-se também efectuar a passagem de cabos directamente pelas janelas. Todos os trabalhos no telhado estiveram condicionados pela pouca segurança oferecida pelo telhado conforme se pode ver na imagem.

 

 

Os trabalhos decorreram dentro do horário previsto e pouco antes das 10:00 já se escutavam as comunicações de DX nos 40m, foram estabelecidas comunicações em VHF com o colega CT1EAT.

 

 

A manhã foi marcada pela dificuldade nas comunicações na banda dos 40m. Não foi possível escutar a Estação Directora da Rede (EDR) CR0SPC em Carnaxide sendo no entanto possível escutar alguns CDOS do norte de Portugal. Foi contactado o colega CT1EAT que reportou também muita dificuldade em escutar a EDR apesar das boas condições da sua estação fixa. Além do ruído próprio da banda sofremos também a interferência de estações espanholas e francesas a efectuar contactos perto da frequência de trabalho dos 7.090 MHz. A recepção de estações distantes indicou-nos claramente que o problema na estaria na nossa instalação mas nas condições de propagação. Foi também tentado o contacto nos 80m mas sem sucesso.

 

Para contornar as dificuldades em HF a estação de VHF procurou a escutar as frequências atribuídas aos distritos vizinhos (Évora, Faro e Setúbal) tendo sido efectuado com sucesso o contacto com os CDOS de Évora e Setúbal.

As operações em VHF dividiram-se então entre efectuar contactos com radioamadores do distrito de Beja e manter o contacto com os CDOS de Évora e Setúbal. Foi também enviada uma mensagem à EDR via CDOS de Setúbal reportando as dificuldades nas comunicações em HF.

Recebemos também a visita do coordenador distrital do SNBPC o qual nos acompanhou no belo almoço oferecido pelo SNBPC.

 

No período da tarde as condições de propagação nos 40m melhoraram subitamente tendo sido possível o contacto directo com a EDR, altura em que foram respondidas várias solicitações.

 

 

Chegada a hora do fecho dos contactos dentro do distrito contabilizaram-se 7 contactos. Um número que parece pequeno mas não o é, se tivermos em conta que não chega a 2 dezenas o número de radioamadores activos no distrito, e que 3 deles se encontravam no CDOS, 7 contactos não é de todo um resultado mau.

 

A distribuição geográfica dos contactos encontra-se na figura seguinte.

 

Após o fim do exercício a equipa da ARPA procedeu à desmontagem de todo o equipamento tendo as operações decorrido com toda a normalidade.

 

Uma boa notícia que surgiu durante o dia do exercício foi a chegada de equipamento para equipar permanentemente o CDOS com meios radioamadorísticos. Este ficará então servido por: um transceptor HF, um transceptor VHF/UHF, antena vertical VHF/UHF e dipolo multibanda para HF. Ficaram então criadas as condições para que em exercícios futuros não seja necessário instalar qualquer equipamento.

 

Conclusões:

 

Apesar das dificuldades nos 40m a ARPA considerou positiva a participação no exercício SIGEX 2004. Além da experiência ganha no exercício, que poderá vir a ser aplicada em situações reais de emergência, a grande mais-valia foi o ter posto à mesma mesa radioamadores e agentes de protecção civil.

 

Além da colaboração que a ARPA vai continuar a prestar ao SNBPC como entidade nacional ficou demonstrada vontade de colaborar também em iniciativas distritais tendo sido até já proposta uma acção de formação a elementos da Protecção Civil distrital sobre radioamadorismo e operação dos respectivos equipamentos.

 

 

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